2. Da análise que se vem verificando, é que os partidos do
arco da governação, prosseguem o mesmo caminho. Embora já tivessem ouvido os
parceiros sociais não se prevê que estejam dispostas a aceitar as propostas ou
partes delas que lhe são presentes por aquelas forças.
3. Continua a política do “quero, posso e mando”. Embora o
Governo diga que não é cego e surdo, porém na prática, continua mudo e em face
desse silêncio, tudo leva a crer que virão aí mais impostos, depois duma
generalizada asfixia do garrote dos impostos sobre as famílias e sobre o
País.
4. Que faz correr o Governo para o abismo? Será o cumprimento das metas do défice? Sabe-se que o Estado tem
um buraco de 30,5 milhões por dia.
5. Já se viu que o caminho seguido, ao fim de seis meses
deste ano, o défice atingiu 6,8 do PIB.
6. O Presidente do Tribunal de Contas veio dizer publicamente
que a “redução do défice” deve ser feito através do equilíbrio das receitas e
das despesas.
7.As alterações que se prevêem no Governo, será só uma mudança
de ministros? Se for só isso e não mudanças de rumo, vai continuar tudo na
mesma.
8.Ora por aquilo que
sabemos, no próprio memorando da Troika, estava previsto haver una
combinação de medidas de
austeridade e reformas estruturais.
9.Pergunta-se, que levou o Governo somente a seguir uma linha
de austeridade e a neglicenciar as
reformas estruturais e num curto espaço de tempo?
10.A situação de desastre está à vista. Se durante quinze anos
houve um desmando nas contas públicas, como é que é possível em três anos
recuperar dum estado caótico financeiro. Só não vê quem não quer ou então é
cego ou ainda então há uma agenda escondida a cumprir. Mesmo que para isso, se for
necessário, espalhar um milhão de cadáveres no Terreiro do Paço.
11.A ideia obcecada que o Governo vem traçando – mais
aumentos de impostos, para cumprir, à pressa, em três anos, as metas
orçamentais - é, a meu ver, mais uma acha
para a fogueira, esquecendo as reacções sociais, que poderão abrir a porta a
uma grande alteração de ordem pública ou até a estender a passadeira a uma
futura ditadura.
12. O tempo o dirá.
António Ramos