Qualquer cidadão português no estrangeiro ou qualquer
empresa portuguesa que esteja a trabalhar num país estrangeiro é, à sua medida,
representante de Portugal e dos portugueses.
Só nessa medida, todos nós deveríamos honrar a pátria. Não é
apenas exigir que os nossos jovens atletas venham dos campeonatos do mundo e
das olimpíadas cheios de medalhas.
Quantos de nós já não se envergonhou no estrangeiro por
comportamentos deploráveis de compatriotas? Mas quando se fala de serviços
consulares então nem se pode tolerar que o comportamento dos seus funcionários
não seja exemplar.
Em Angola, na embaixada de Portugal, passa-se algo de
deplorável e inenarrável.
As pessoas são genericamente mal tratadas, com má educação,
arrogância e má vontade. Estão a fazer-nos um favor. Mas aos angolanos que lá
demandam para obter um visto, com os “mil e quinhentos” documentos exigidos, a
situação é pior que em tempo de ditadura colonial. Uma vergonha nunca vista. Se
não presenciasse não acreditava ser verdade.
Pensei que fosse algo excecional. Perguntei a colegas e
amigos (portugueses e angolanos) e afiançaram-me que é mesmo inenarrável. Uma
das minhas amigas (portuguesa) até disse que já se queixou ao cônsul, sem
sucesso nenhum.
Sr. Ministro Paulo Portas, não era preciso que Angola fosse
um país importante para o futuro de milhares de portugueses. Em qualquer
situação e contexto, os portugueses devem honrar os seus pergaminhos. Mas uma
embaixada ou consulado não pode ser um pardieiro ou antro de má educação e mau
serviço à pátria.
Aquela embaixada tem de ser varrida, porque é um acinte e
lenha para a fogueira da reciprocidade. Não se admire que os portugueses também
sejam mal atendidos como resposta aos comportamentos cretinos dos funcionários
do seu ministério em serviço em Luanda.
Mário Russo
*novo AO