30/07/2012

“A ILUSÃO … DE… NÃO HÁ ALTERNATIVA”



1.Pelas notícias que nos vêm chegando, diariamente, os elementos do arco governativo que estão à frente deste País preparam-se para mais um plano de austeridade.
2. É certo que têm sido lentos nos cortes na despesa do Estado, por razões que os cidadãos desconhecem verdadeiramente, dando origem a boatos que seguramente alguns deles não correspondem à realidade, como por exemplo: nas rendas excessivas na EDP, nas PPP, nos transportes públicos, nos institutos, nas empresas municipais, nas fundações, nos ministérios, etc…etc…
3. Só agora chegou ao conhecimento público que no acordo com uma PPP, o Estado conseguiu uma redução de 30%; porém, tivemos a oportunidade de ver, muito recentemente, o Sr. Mexia, num órgão da comunicação social, vir defender que não é possível diminuir na EDP as rendas naquela empresa; O Sr. Eduardo Catroga também antes de ser o responsável da Supervisão da EDP, defendia que as rendas da EDP eram excessivas; depois disso, já no lugar, com cerca sessenta mil euros, por mês, já defende que não há rendas excessivas. Como as pessoas mudam, quando se lhes toca o cheiro do dinheiro…
4. Recentemente o “Jornal de Estocolmo” JORNAL DAGENS NYHETER” faz uma análise sobre o “Défice, uma alternativa à austeridade”. E refere ele a determinada altura: “ nos anos de 1990 - portanto há 20 anos – devido a uma bolha imobiliária, a Suécia afundou as finanças públicas. Contudo, em vez de se auto-impor uma cura de austeridade radical, o país aprendeu a viver temporariamente com um pesado défice orçamental.” Em Portugal continua-se com a obsessão de uma cura de austeridade, a chamada austeridade delirante. Na mesma época, a Finlândia, em circunstâncias idênticas a Portugal, os dirigentes também tiveram pressa em voltar ao rigor orçamental e cuja acção era, regularmente, elogiada pelo FMI. Resultado: o país mergulhou na recessão.
5. Assim, impõe-se, a nosso ver e na linha do artigo do “Jornal” acima referido, o défice sustenta uma situação de transição, porque seguindo um rumo contrário, a crise será ainda mais grave: a queda do emprego e da produção serão ainda mais brutais. É isso que é necessário dizer à TROIKA.
6. A situação torna-se ainda mais complicada, porque, tanto Portugal como os outros Países, sob a alçada de “agendamento” com a Troika, não têm possibilidade de desvalorizar a moeda e têm dificuldades em se financiar junto dos mercados. Só uma solução europeia ou internacional poderia permitir obter dinheiro fresco e restaurar a estabilidade do sistema bancário.
7. E o que se passa na Europa? É precisamente o contrário: austeridade mais austeridade.
8. E a loucura continua em Portugal: “ o Governo para ultrapassar o acórdão do Tribunal Constitucional insiste em cobrar mais aos funcionários públicos “.
9. Estou bastante apreensivo com o Paulo Portas. O político mais experiente deste Governo, que defende ausência de cortes no sector privado, vira-se para os funcionários públicos. Ter-se-ia ele apercebido que a dívida do sector privado e das famílias deslizou para o sector público? Mas isso não implica mais austeridade.
10. O caminho colocado aos portugueses, não pode ser posto: como: “não há outra alternativa”. Se continuarmos com mais austeridade, mais austeridade, será caso para afirmar: “os deuses estão loucos” ou então há outros grandes interesses que estão ocultos e protegidos que não interessa tocar ou não há “AUTORIDADE DO ESTADO” que tenha força para tocar.


António Ramos