1.Pelas notícias que nos vêm
chegando, diariamente, os elementos do arco governativo que estão à frente
deste País preparam-se para mais um plano de austeridade.
2. É certo que têm sido lentos
nos cortes na despesa do Estado, por razões que os cidadãos desconhecem
verdadeiramente, dando origem a boatos que seguramente alguns deles não
correspondem à realidade, como por exemplo: nas rendas excessivas na EDP, nas
PPP, nos transportes públicos, nos institutos, nas empresas municipais, nas
fundações, nos ministérios, etc…etc…
3. Só agora chegou ao
conhecimento público que no acordo com uma PPP, o Estado conseguiu uma redução
de 30%; porém, tivemos a oportunidade de ver, muito recentemente, o Sr. Mexia, num
órgão da comunicação social, vir defender que não é possível diminuir na EDP as
rendas naquela empresa; O Sr. Eduardo Catroga também antes de ser o responsável
da Supervisão da EDP, defendia que as rendas da EDP eram excessivas; depois
disso, já no lugar, com cerca sessenta mil euros, por mês, já defende que não
há rendas excessivas. Como as pessoas mudam, quando se lhes toca o cheiro do
dinheiro…
4. Recentemente o “Jornal de
Estocolmo” JORNAL DAGENS NYHETER” faz uma análise sobre o “Défice, uma alternativa
à austeridade”. E refere ele a determinada altura: “ nos anos de 1990 -
portanto há 20 anos – devido a uma bolha imobiliária, a Suécia afundou as
finanças públicas. Contudo, em vez de se auto-impor uma cura de austeridade
radical, o país aprendeu a viver temporariamente com um pesado défice
orçamental.” Em Portugal continua-se com a obsessão de uma cura de austeridade,
a chamada austeridade delirante. Na mesma época, a Finlândia, em circunstâncias
idênticas a Portugal, os dirigentes também tiveram pressa em voltar ao rigor orçamental
e cuja acção era, regularmente, elogiada pelo FMI. Resultado: o país mergulhou
na recessão.
5. Assim, impõe-se, a nosso ver e
na linha do artigo do “Jornal” acima referido, o défice sustenta uma
situação de transição, porque seguindo um rumo contrário, a crise será
ainda mais grave: a queda do emprego e da produção serão ainda mais brutais. É
isso que é necessário dizer à TROIKA.
6. A situação torna-se ainda mais
complicada, porque, tanto Portugal como os outros Países, sob a alçada de
“agendamento” com a Troika, não têm possibilidade de desvalorizar a moeda e têm
dificuldades em se financiar junto dos mercados. Só uma solução europeia ou
internacional poderia permitir obter dinheiro fresco e restaurar a estabilidade
do sistema bancário.
7. E o que se passa na Europa? É
precisamente o contrário: austeridade mais austeridade.
8. E a loucura continua em
Portugal: “ o Governo para ultrapassar o acórdão do Tribunal Constitucional
insiste em cobrar mais aos funcionários públicos “.
9. Estou bastante apreensivo com
o Paulo Portas. O político mais experiente deste Governo, que defende ausência
de cortes no sector privado, vira-se para os funcionários públicos. Ter-se-ia
ele apercebido que a dívida do sector privado e das famílias deslizou para o
sector público? Mas isso não implica mais austeridade.
10. O caminho colocado aos
portugueses, não pode ser posto: como: “não há outra alternativa”. Se continuarmos
com mais austeridade, mais austeridade, será caso para afirmar: “os deuses
estão loucos” ou então há outros grandes interesses que estão ocultos e
protegidos que não interessa tocar ou não há “AUTORIDADE DO ESTADO” que tenha
força para tocar.
António Ramos