Christine Lagarde
afirmou que o programa "pertence ao país e tem beneficiado de apoio político,
tendo neste aspeto o Governo e oposição feito um trabalho fantástico, porque se
juntaram em torno do cumprimento”.
No entanto, já disse que a austeridade que a Comissão
Europeia está a impor na Europa pode causar danos à economia da zona euro e deveria
ser avaliado um prazo maior para esse ajustamento, a pensar na sua França
natal, que provavelmente entrará também num ciclo de maior aperto para
equilibrar as contas. Basta assistir-se à campanha eleitoral que emerge este
cenário.
Para a França, um prazo alargado é bom, mas para os outros,
é um bom remédio. “Estamos feitos ao bife”, como soe dizer-se.
A despesa com subsídios de desemprego e de apoio ao emprego
cresceu 22,6% - 120 milhões de euros – só no primeiro trimestre deste ano,
contribuindo para um agravamento do saldo da Segurança Social. E a tendência é
aumentar ainda mais.
O que o governo precisa mais de saber para tirar ilações da
péssima estratégia que adotou para resolver o défice das contas públicas e que
afunda a cada dia a economia portuguesa com as medidas tão austeras e tão
elogiadas lá fora?
Para que servem remédios que curam a doença matando o
paciente?
Mário Russo
*novo AO
*novo AO