22/04/2012

“A INEVITABILIDADE DE UM GOVERNO DE SALVAÇÃO NACIONAL”

1. Após a queda do PEC 4 tudo parecia conjugar-se de que em Portugal ir-se-ia corrigir os desmandos da Governação Socialista. 
2.A população farta de promessas não cumpridas por parte de José Sócrates foi às urnas e deu o seu aval às forças de Centro Direita, na esperança de ver os seus problemas resolvidos ou pelo menos minorados, na saúde, no emprego, na educação, na justiça, etc…etc… Passado 9 meses com a nova Governação tudo parece caminhar para um afunilamento dos problemas do dia-a-dia e os portugueses na esperança de ver um horizonte menos sombrio, começam a interrogarem-se, se valeu a pena a mudança 
3.Até porque o voto de confiança depositado na actual Governação, embora fosse para endireitar as finanças públicas, não foi para que à sombra desta, fosse dada autorização para que, invertesse o regime económico e os mecanismos onde assentava o Estado Social, que a pouco e pouco vêm sendo substituídos por um regime ultra-liberal e em que os parcos recursos que o País produz vêm sendo distribuídos somente a alguns em detrimento da maioria. 
4.Tudo isto vem a propósito da marcha que o País está seguindo, em que esses parcos recursos paulatinamente estão sendo orientados, sob a bandeira duma utopia liberal, e, empurrando o Pais para um desastre inevitável e não sabendo para onde vai desembocar. 5.Se não vejamos alguns exemplos: 
a)      Onde está visível a redução da despesa dum terço; que alterações foram feitas ao negócio com a  Lusoponte; como são feitos os negócios dos ajustes directos em que estes, são regra, para a aplicação dos dinheiros do Estado e o consequente desastre para as empresas de Construção. 
b)      O que está a ser feito na área das tarifas da EDP, no Ministério de Economia, em que o Sr. Mexia é visitante frequente naquele Departamento Oficial;
 c)      E quanto às Fundações? E as Empresas Municipais? Será que a Montanha pariu um rato?
 d)     E quanto à Opa sobre a Cimpor? Será que a Camargo Corrêa ganhará? Será um desastre total, porque os pequenos construtores e empreiteiros serão trucidados pela grande Cimenteira. Haverá certeza que a sede desta ficará em Portugal? “O Jornal de Negócios” hoje, informa: “que a entrada de 4 mil milhões na economia portuguesa está bastante inflacionada e Castro Guerra, Presidente do Conselho de Administração considera que a entrada de capitais estrangeiros em Portugal ficar-se-ia por 1,3 mil milhões”. 
e)      E o que vejo no País Real: O Responsável das Misericórdias em Portugal desabafa: “que não tem dinheiro para pagar aos trabalhadores e aos fornecedores”; e na Universidade do Porto: “o meu irmão não terá a mesma sorte que eu”; “cantina social da Igreja mata-fome a alunos”; “passo dias desesperantes, que não desejo ao pior inimigo”; e um aluno da UTAD: “obrigado a fazer um empréstimo para continuar”…etc… etc…
 f)       E o caso TAP… E SEGUE: 


6.O Ministro das Finanças no Banco Mundial a dizer que os portugueses suportam os sacrifícios, se forem justos; 
7. A Ministra da Justiça, muito recentemente a afirmar: “que o País está na bancarrota, no momento em que o TC vai brevemente tomar uma decisão sobre os subsídios”. 
8. E Frasquilho, a cara visível do Orçamento, a dizer: “A evolução da despesa é extremamente positiva, apesar de potencial para quedas de receita”.
 9.. E a terminar, por hoje: O que resta de tudo isto: “a alertar o PPC, que me parece uma pessoa honesta” e a convidá-lo a travar a “utopia liberal”: “Refugio-me na memória da nossa “História”: “O INTERREGNO DE 1383 a 1385. CRISE OU REVOLUÇÃO? Quem manda é o FMI, que está ganhando muito dinheiro. E como cidadão e patriota direi: “A Soberania de Portugal é inalienável e em modo algum pode ser comprometida”. 


António Augusto Ramos Calhau