Durão Barroso inaugurou a era da “tanga” na governação de
Portugal e a praga tomou conta do país e deu frutos. Passos Coelho e o seu
governo adotaram a estratégia do terror. O país não só está de tanga, como tem de
pagar os pecados todos de uma só vez.
A crise e os mercados servem de pretexto para todo o tipo de
ação governativa para impor mais impostos diretos e indiretos, cortes e
confiscos. As exceções à democracia ou à sua suspensão temporária, estão em
curso, para os mesmos de sempre pagarem a fatura.
Desde que PPC tomou posse tem brindado o povo português com
a maior austeridade e subtração de direitos de que há memória, sempre com o
argumento de que não há dinheiro.
Com a estratégia do medo e do bicho papão da fome e
bancarrota, tem conseguido uma paz social (podre) que pode estar por dias, pois
está a chegar o mês do subsídio de férias, que milhares de portugueses tinham
como meio de equilibrar os rendimentos, pagar IMI e outras despesas, e pela
primeira vez não o vai ter. Cada vez mais sobra fim-de-mês no orçamento de
milhares de portugueses, que não vão suportar ouvir as suas crianças chorar de
fome.
Os sinais nas escolas são alarmantes. Muitas crianças já
usam a escola como fonte de alimentação, inclusive em férias, por discernimento
de vários presidentes de Câmara. Mas todos os dias PPC acha que pode cortar
tudo e adotar medidas que mexem com a vida de pessoas mesmo à surrelfa.
É o caso da recente medida clandestina de impedir as
reformas antecipadas, que configura um dos sintomas de prepotência digna de
ditadores. Ainda que os cofres da Segurança Social estejam em baixa, não seriam
umas centenas de pedidos, sujeitos a análise, que colocaria em risco tal cofre.
Como foi feito minou mais ainda a confiança dos portugueses. E já vem aí a
reforma aos 67 anos, desmentida, mas já ninguém acredita nos desmentidos, que a
seguir são justificados como “lapsos linguae” e inevitáveis, para nos salvar do
inferno.
PPC tem de governar para e com os portugueses e não contra
eles. Esses senhores parecem estar com raiva e ódio do povo português.
Tratam-nos como prevaricadores e pecadores que têm de cumprir uma penitência
dura.
Em tempos de dificuldade os governos têm de estar ao lado do
seu povo e nunca do lado oposto, como tem estado PPC.
Para endireitar as contas públicas pode fazê-lo de forma
mais rápida com grande sacrifício (como quer), ou mais lentamente com aparente
menor sacrifício. Mas tem de justificar e ser transparente na ação. Não pode
perder a confiança dos governados, como está a acontecer a cada dia. Tem de
mostrar o caminho do futuro mais desanuviado. Não pode indicar-nos como caminho
um abismo onde todos morreremos queimados e querer que possamos aderir.
Do modo como estão a correr as coisas, isto não vai acabar
bem. Eu só quero estar errado no meu “feeling”.
Mário Russo
*novo AO