14/04/2012

Deriva autoritária

Nem contigo nem sem ti, é o lema em que vivemos actualmente em Portugal. Estando no euro , somos forçados a cumprir regras e práticas económicas de austeridade avassaladora e vamos ver se conseguimos fazer frente às dívidas privadas e públicas . Estando fora do euro , a ideia que nos passam é que estaríamos muito pior. Estamos num dilema , por um lado estamos a perder a olhos vistos , a confiança na capacidade da Europa para resolver a nossa dívida , mas por outro não queremos sair do euro , pelo menos uma maioria de portugueses. Esta política de ajuste é a única possível , porque é a única que nos permite receber dinheiro. isto é ,reduzes ao défice como nós queremos ou não recebes financiamento.  Deste modo não podemos pôr em prática uma política de crescimento económico , não nos permitem esta alternativa. Não podemos ter para já uma política de crescimento e criação de emprego.
  Vivemos momentos imprevisíveis e sem fim à vista para sair da crise. Vivemos um horizonte negro,a situação é excepcional com medidas excepcionais. Porém acho que há medidas que deveriam ser mais razoáveis sem imposição autoritária , como a regra de ouro na disciplina orçamental , inscrita no Pacto Orçamental Europeu.
 Estamos numa fase de abuso legislativo e de urgência com atropelos constantes à democracia e à nossa Constituição ,  são os cortes,são a expectativas de direitos adquiridos ,são as condições de emprego,são as pensões de reforma . Estamos a dar passos para uma deriva autoritária para cumprir um défice a todo o custo. Se é assim, é melhor não haver eleições , deste modo poupa-se dinheiro. O nosso governo é uma espécie de representante da Europa , e não de Portugal. Esta é a grande contradição em que vivemos. Elegemos um governo legitimo , mas não manda nada...

JJ