16/03/2012

Afinal...continua a haver a ganância de alguns"


1.Acabo de ler no "Jornal de Notícias" de hoje de que o actual Governo
é acusado de usar a crise para centralizar ainda mais.
Sob a bandeira da austeridade, o Governo, no NORTE, vai proceder ao encerramento das direcções regionais de economia, cultura e educação no fim do ano; Segue-se, seguramente o Instituto Nacional de Habitação e a reorganização a fazer ou já feitas ao nível das
finanças, dos correios dos centros de saúde e dos tribunais.
Sob a batuta da racionalização económica, o Governo impede a descentralização, desconcentração de competência de serviços.
2.Tudo isto é altamente preocupante, porque, sob aparência de que é necessário pôr "as contas públicas em ordem" subreptíciamente, a nosso ver, vem sendo aplicada a doutrina do historiador e filósofo político do século XV, Nicolau Maquiavel:
"O FIM JUSTIFICA OS MEIOS".
O equilíbrio das contas públicas tem levado a uma política de terra queimada, ficando sempre em último lugar "as pessoas". Custe o que custar, a miséria alastra e a fome encoberta da classe média estende-se gradualmente ao País.
O que é certo, é que, não há certezas, se em fins de 2013 ou em 2014, se Portugal poderá ir já aos mercados. Aquilo que o Sr. Olli Rehn hoje disse, em Lisboa, amanhã, pode já não ser assim.
3.Todavia, é muito mais preocupante para o País, os cenários que brevemente surgirão, como "as rendas excessivas da EDP", o atraso na revogação das "PPP", o esclarecimento das contas do "BPN", a situação do "BPP", a despesa na saúde, o encerramento de universidades, etc,etc.
4.Se tal situação não for escrutinada o mais rapidamente possível e não forem travados os grandes grupos económicos, que, como lapas, sufocam o Governo, torna-se cada vez mais preocupante, porque a credibilidade interna vai-se desboroando e a correcção do "deficit"não chega para credibilizar Portugal no Exterior. Se estes dois factores se conjugarem, em simultâneo - descrebilização interna e descrebilização externa - algo de consequente poderá surgir.
5.De resto, não é alheio a guerra pelos fundos do QREN. Tudo vai ser centralizado na estrutura macrocéfala do Estado na Região de Lisboa e Vale do Tejo.
6. Todos os dias são crescentes os números do desemprego, da emigração, das falências, a receita fiscal cai ao mesmo ritmo que cai o PIB, a economia está a ser arrasada e o País está pura e simplesmente a desagregar-se.
7. Termino,recordando o que já se dizia no passado: "PORTUGAL É O TERREIRO DO PAÇO E O RESTO É PAISAGEM"


António Augusto Ramos Calhau