23/02/2012

Mobilidade

Ficamos a saber que os funcionários públicos puseram-se a andar antes que os mandassem para a mobilidade especial. Para quem não sabe, um funcionário público não pode ser despedido , mas sim, enviado para a mobilidade especial .

Os funcionários públicos que podem ser despedidos são aqueles que não têm vínculo à Função Pública- os contratados

Saíram entre 17 a 20 mil trabalhadores da Administração Central do Estado em 2011. Houve assim uma redução de 3,2%, acima dos 2% exigidos no memorando da troika.

O principal motivo da maioria das saídas tem sido a aposentação dos funcionários públicos, mas antes da idade da reforma e com perda de direitos.

Deste modo o sistema está a ser auto-regulador , não se deveria interferir no ritmo de saídas dos funcionários públicos. Querem mostrar serviço à troika e toca a mandar para a mobilidade mais gente.

O problema da mobilidade que tem 3 fases : transição, requalificação e mobilidade especial.
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Acabam todos por vir com menos dinheiro e pés e mãos atadas. Seria preferível poderem usufruir como os outros trabalhadores do subsídio de desemprego , os mais velhos à volta de três anos e com uma remuneração à volta de 80% do salário ou uma pré-reforma acordada com as pessoas.

Os funcionários públicos em mobilidade especial há mais de um ano (fase de compensação) vão deixar de receber os actuais quatro sextos da remuneração base mensal para passar a receber metade dessa remuneração, ou seja, passa de 66,7 por cento do salário para 50 por cento, menos 16,7 pontos percentuais.

A proposta de OE prevê ainda a eliminação da licença extraordinária, durante a qual os funcionários públicos em mobilidade especial podiam dedicar-se a outra actividade enquanto recebiam a retribuição do Estado.

Isto é o fim do funcionalismo público e passam a ser tratados como números, é um rolo compressor que faz tábua rasa de um passado Fala-se em igualdade entre os trabalhadores do privado e do público , porém esta é uma discriminação sem paralelo e sem nexo.

Penso que seria importante também haver mobilidade especial para os governantes que os portugueses achassem que estão a mais e a desempenhar mal as suas funções. Podermos mandá-los para a mobilidade especial e colocar lá outros , sem ser necessário eleições.

Seria importante...

JJ