04/11/2011

entrevista ao Diário de Aveiro

- De que fala o livro que vem apresentar a Aveiro?
De política e coisas piores ( sorriso) durante o último governo de José Sócrates 2009 a 2010 . Há coisas piores do que política , a corrupção a si associada , a mentalidade das pessoas , etc. Mas sabe faço uma antevisão por vezes bem acertada.
- Diz que é um livro "para pessoas que querem pensar e reflectir". Há muita gente assim em Portugal?
Não. Pensar só dá chatices , o melhor é viver a leste de tudo . Pensar dá trabalho e provoca insubordinação e contestação . O pensamento é uma arma pacífica mas incomoda muito.
- Por que é que "fazer um livro hoje em dia é uma banalidade"?
Qualquer pessoa faz um livro . Dentro em breve há mais gente a fazer livros do que a lê-los . Não há dinheiro para comer como pode haver dinheiro para comprar livros? Mais do que nunca a leitura em bibliotecas e as novas tecnologias serão uma ajuda preciosa para diminuir a iliteracia.Qualquer pessoa tem acesso a fazer um livro , ainda mais quem tem dinheiro , o que é diferente de valor e capacidade intelectual



- Diz que "é um estímulo a reinventar a democracia". A democracia precisa de ser reinventada?


O sistema político é muito hermético , muito pouco permeável, os partidos e as suas instituições são muito pouco flexíveis para incorporar a voz da cidadania . temos que exigir participar mais activamente nas decisões políticas . O voto é uma maneira muito pobre de saber o que os cidadãos querem e pensam.
- Sustenta que "o cidadãos acreditam cada vez menos nos políticos". Na sua opinião, há razões para isso?
É preciso adequar a política o mais possível às novas realidades e necessidades. É preciso uma revolução de ideias e de mentalidades pacífica com uma opinião pública interventiva e inteligente.É preciso políticas baratas . Actualmente a política e a democracia ficam muito caras ao erário público , no fundo a todos nós portugueses.
Exigir o exemplo dos políticos nos sacrifícios que se impõem aos cidadão normais que contrasta com a verbalização com que pedem aos cidadãos esforços.

- Refere que "esta saturação e insurgência para com os partidos e políticos além de levar à indiferença pode levar à ruptura do sistema". Não está a ser catastrofista?
Acha ? O Rui Cunha na rua não ouve as pessoas? Os políticos só vão para a rua quando precisam dos votos ,mas estão errados . Governar é mais ouvir que falar. Parece-me que catástrofe é os políticos fazerem ouvidos de marcador e ignorarem os sinais que os cidadãos têm vindo a dar, depois não se queixem . Cada vez é preciso a inspiração de Nelson Mandela e Mahatma Gandhi, é preciso alterar o sistema político que deixou de funcionar. Este sistema gera défices e bloqueios sectários. Mais prática e menos teoria.


Rui Cunha