Exmo. Sr. Schäuble,
Na sua entrevista no magazine DER SPIEGEL, entre outras fez a afirmação “Não queremos dominar” – e:
„(...) mas não conseguimos avançar na Europa se conduzirmos este debate de acordo com pontos de vista nacionais. É indiscutível que a causa principal da crise consiste no elevado endividamento. Por isso a resposta à crise não pode consistir em continuar a aumentar o endividamento. A resposta à crise só pode consistir num reforço da política de estabilidade (...)”
As suas afirmações são louváveis e – isso acredito – sérias. Todavia: não importa como se vira e revira as coisas, sob a actual estratégia errada tudo aponta automaticamente para uma situação na qual a Alemanha é crescentemente obrigada a “dominar”. Com efeito, assim não teremos uma altamente desejável Alemanha europeia mas sim uma Europa alemã. Isto conduz – torna-se cada vez mais evidente – a consideráveis tensões potencialmente destruidoras. Acabará numa situação em que na verdade o resto da Europa deixará a Alemanha fazer, ainda que resmungando, sem contudo nutrir grandes sentimentos amigáveis para com essa Alemanha. De uma participação activa e entusiástica nos destinos dessa Europa, nem falar. Pode, na verdade, ser necessário em certas situações insistir nos hard facts mas algo de bom apenas sairá daí se for aplicada uma visão sistémica-holística das coisas – o que significa: deverá existir um equilíbrio de sistema entre os hard e soft facts, sendo assegurada, sempre, a primazia dos últimos.
Neste sentido afirmo: uma “grande realização”/“golpe de libertação”, há dias ainda declarado impossível pela Sra. Merkel, é muito bem possível – e urgentemente necessário face à situação instável dos subsistemas da UE e do próprio supra-sistema.
A minha proposta de solução de problema – cf. anexos – , se esta estratégia diversa for consequentemente perseguida, é perfeitamente apropriada para desbravar decisivamente o caminho para uma Alemanha, França, Itália, Espanha, etc. europeia, naturalmente incluindo – last not least - Portugal, a minha segunda pátria. No fim de um percurso harmónico de desenvolvimento social, económico, cultural e ecológico de mais de uma década, poderá estar uma união dos estados da Europa, sob forma de uma federação ou confederação.
E pense em todos os seus actos naquilo que já sabia o nosso grande rei da Prússia:
"Quem apelar à fantasia e à mente do homem, vencerá aquele que tenta apenas influir sobre a razão". Frederico II (O Grande) da Prússia
O que o governo federal alemão podia e devia fazer na actual situação? Em vez de manipular somas de vertiginosos montantes de efeitos duvidosos, insistir com Bruxelas com todo o peso que ainda lhe resta, numa abertura da União Europeia para fora. Precisamos é de um New Deal para com o resto do mundo cujos efeitos benéficos recairão sobre todos nós.
Com os melhores cumprimentos de Estoril/Portugal
Rolf Dahmer
(Cibernética Social)
P.S. Porque me atrevo agir contra a “maioria” referida por Goethe, perseguindo um objectivo alegadamente sem hipóteses?
Bom, porque existe essa afirmação central do grande poeta nacional português Fernando Pessoa, comparável com o nosso Goethe, que corrobora todos os pensadores inconformados nas suas ideias:
"Tudo vale a pena quando a alma não é pequena."
Na sua entrevista no magazine DER SPIEGEL, entre outras fez a afirmação “Não queremos dominar” – e:
„(...) mas não conseguimos avançar na Europa se conduzirmos este debate de acordo com pontos de vista nacionais. É indiscutível que a causa principal da crise consiste no elevado endividamento. Por isso a resposta à crise não pode consistir em continuar a aumentar o endividamento. A resposta à crise só pode consistir num reforço da política de estabilidade (...)”
As suas afirmações são louváveis e – isso acredito – sérias. Todavia: não importa como se vira e revira as coisas, sob a actual estratégia errada tudo aponta automaticamente para uma situação na qual a Alemanha é crescentemente obrigada a “dominar”. Com efeito, assim não teremos uma altamente desejável Alemanha europeia mas sim uma Europa alemã. Isto conduz – torna-se cada vez mais evidente – a consideráveis tensões potencialmente destruidoras. Acabará numa situação em que na verdade o resto da Europa deixará a Alemanha fazer, ainda que resmungando, sem contudo nutrir grandes sentimentos amigáveis para com essa Alemanha. De uma participação activa e entusiástica nos destinos dessa Europa, nem falar. Pode, na verdade, ser necessário em certas situações insistir nos hard facts mas algo de bom apenas sairá daí se for aplicada uma visão sistémica-holística das coisas – o que significa: deverá existir um equilíbrio de sistema entre os hard e soft facts, sendo assegurada, sempre, a primazia dos últimos.
Neste sentido afirmo: uma “grande realização”/“golpe de libertação”, há dias ainda declarado impossível pela Sra. Merkel, é muito bem possível – e urgentemente necessário face à situação instável dos subsistemas da UE e do próprio supra-sistema.
A minha proposta de solução de problema – cf. anexos – , se esta estratégia diversa for consequentemente perseguida, é perfeitamente apropriada para desbravar decisivamente o caminho para uma Alemanha, França, Itália, Espanha, etc. europeia, naturalmente incluindo – last not least - Portugal, a minha segunda pátria. No fim de um percurso harmónico de desenvolvimento social, económico, cultural e ecológico de mais de uma década, poderá estar uma união dos estados da Europa, sob forma de uma federação ou confederação.
E pense em todos os seus actos naquilo que já sabia o nosso grande rei da Prússia:
"Quem apelar à fantasia e à mente do homem, vencerá aquele que tenta apenas influir sobre a razão". Frederico II (O Grande) da Prússia
O que o governo federal alemão podia e devia fazer na actual situação? Em vez de manipular somas de vertiginosos montantes de efeitos duvidosos, insistir com Bruxelas com todo o peso que ainda lhe resta, numa abertura da União Europeia para fora. Precisamos é de um New Deal para com o resto do mundo cujos efeitos benéficos recairão sobre todos nós.
Com os melhores cumprimentos de Estoril/Portugal
Rolf Dahmer
(Cibernética Social)
P.S. Porque me atrevo agir contra a “maioria” referida por Goethe, perseguindo um objectivo alegadamente sem hipóteses?
Bom, porque existe essa afirmação central do grande poeta nacional português Fernando Pessoa, comparável com o nosso Goethe, que corrobora todos os pensadores inconformados nas suas ideias:
"Tudo vale a pena quando a alma não é pequena."