Portugal tem de fazer o que deve ser feito e que é ajustar a sua vida às suas condições de produtividade. Não gastar mais do que arrecada de forma civilizada. O povo tem de mudar de vida, mas julgo que não é uma colónia.
A conferência dada pelos “Sábios” da troika faz-me lembrar a seguinte imagem: os donos da Colónia chegaram ao seu território para saber se os capatazes (governo) fizeram o que eles determinaram.
A prepotência é desmesurada, ante a passividade de um governo que quer ser o bom aluno dos seus patrões.
É uma vergonha porque torna-se humilhante saber que quem governa são estes senhores e que os portugueses enganaram-se ao eleger o que supunham ser um governo com compromissos com o povo português.
É uma pena constatar que os portugueses estão entregues às baratas, como sói dizer-se.
Ainda ninguém perguntou qual é o curriculum destes senhores. Onde implementaram as suas ideias e que tenha dado certo.
Por favor mostrem-me o seu curriculum.
Quem é que fazia prognósticos antes de rebentar o subprime nos EUA?
Quem é que dava anotação AAA+ ao Lehmman Brothers na véspera da sua falência?
Quem é que vaticinava o crescimento da economia mundial na véspera do colapso de 2008?
Quem é que disse que a crise tinha sido bem debelada pelas medidas dos EUA e da UE, antes do resgate da Grécia?
Foram estes senhores, que continuam a ser ouvidos, estranhamente, pelos “mercados”, como oráculos gregos.
Porque havemos de aceitar como boa a sua visão do mundo e das economias e, sobretudo, da portuguesa? O que sabem eles do estatuto de confiança que existe entre o povo português e o sistema económico?
O Governo português e em particular o seu PM, deveria repensar o compromisso que tem com os portugueses, que é de representá-los e não de aniquilá-los. O Governo responde perante os portugueses e não perante uma troika. E não se pode pôr de cócoras como tem feito. Sinto-me envergonhado e como se fosse um servo.
A paciência tem limites e os sacrifícios também. Que se lembre bem disto o sr. PM.
Mário Russo
*novo acordo ortográfico