12/08/2011

Tróika de prepotência, vergonha e pena

Portugal tem de fazer o que deve ser feito e que é ajustar a sua vida às suas condições de produtividade. Não gastar mais do que arrecada de forma civilizada. O povo tem de mudar de vida, mas julgo que não é uma colónia.

A conferência dada pelos “Sábios” da troika faz-me lembrar a seguinte imagem: os donos da Colónia chegaram ao seu território para saber se os capatazes (governo) fizeram o que eles determinaram.

A prepotência é desmesurada, ante a passividade de um governo que quer ser o bom aluno dos seus patrões.

É uma vergonha porque torna-se humilhante saber que quem governa são estes senhores e que os portugueses enganaram-se ao eleger o que supunham ser um governo com compromissos com o povo português.

É uma pena constatar que os portugueses estão entregues às baratas, como sói dizer-se.

Ainda ninguém perguntou qual é o curriculum destes senhores. Onde implementaram as suas ideias e que tenha dado certo.

Por favor mostrem-me o seu curriculum.

Quem é que fazia prognósticos antes de rebentar o subprime nos EUA?
Quem é que dava anotação AAA+ ao Lehmman Brothers na véspera da sua falência?
Quem é que vaticinava o crescimento da economia mundial na véspera do colapso de 2008?
Quem é que disse que a crise tinha sido bem debelada pelas medidas dos EUA e da UE, antes do resgate da Grécia?

Foram estes senhores, que continuam a ser ouvidos, estranhamente, pelos “mercados”, como oráculos gregos.

Porque havemos de aceitar como boa a sua visão do mundo e das economias e, sobretudo, da portuguesa? O que sabem eles do estatuto de confiança que existe entre o povo português e o sistema económico?

O Governo português e em particular o seu PM, deveria repensar o compromisso que tem com os portugueses, que é de representá-los e não de aniquilá-los. O Governo responde perante os portugueses e não perante uma troika. E não se pode pôr de cócoras como tem feito. Sinto-me envergonhado e como se fosse um servo.

A paciência tem limites e os sacrifícios também. Que se lembre bem disto o sr. PM.

Mário Russo

*novo acordo ortográfico