Mudou-se há relativamente pouco tempo um ciclo de governação de má memória protagonizado pelo Partido Socialista, iniciando-se um outro, à luz dos resultados eleitorais, que trouxe uma esperança redobrada a que todo este ciclo de desastre económico, social e financeiro se invertesse e conduzisse o País a um rumo mais consentâneo com o seu passado histórico, reflectindo-se numa gradual melhoria das condições de vida (precárias) de um bolo muito significativo da população portuguesa. Passou-se, entretanto, cerca de um mês com a nova governação PSD/CDS-PP e já nos tocou na pele um imposto extraordinário (aproximadamente 50% do denominado subsídio de Natal) que irá insuflar ao Estado um valor na ordem dos 1000 milhões de euros, culminando agora com um aumento (brutal) de cerca de 15% dos transportes públicos para fazer face aos milhões de prejuízo dadas pelas empresas públicas do sector (Carris, Metro de Lisboa e Porto, SCTP, Refer, …), aumento esse que se traduzirá em mais dificuldades nas bolsas já de si depauperadas de pessoas com menores recursos económicos. Ou seja, para chamar gente para que retorne a andar de transporte público e poder trazer para o seu meio segmentos de população que normalmente utilizam o seu meio de transporte pessoal, dá-se como incentivo um aumento muito significativo e exagerado do preço dos bilhetes, não me parecendo que se ganhe nada em tal política para o sector, antes afugentando os que não o utilizavam, limitando em muito os que não têm outra saída e reforçando a ideia que existe de que tal prática irá desincentivar quem com subsídio de desemprego queira procurar um novo posto de trabalho, acomodando-se antes a essa situação que lhe é bem mais rentável. Não me parece que esta política adoptada para os transportes deste modo tão brutal (e para Janeiro já foram anunciados novos aumentos) conduza a uma melhoria substancial quer em termos de confortabilidade dos transportes, quer ainda na resolução do buraco financeiro continuado das empresas públicas de transporte.
Na área da Educação esperam-se novos ventos e novas políticas quer no Ensino quer no novo modelo de avaliação a implementar. Mas mais uma vez uma frase infeliz do ministro da tutela (“apenas 5 % dos professores são excelentes”) faz torcer o nariz ao sector. Mal de um País em que apenas 5% de uma qualquer categoria profissional são considerados excelentes!
Não seremos todos excelentes mas pode ter a certeza senhor ministro que tem na área do Ensino e da Educação profissionais dignos, abnegados e profissionalmente muito competentes para levar a bom porto a árdua tarefa de ensinar e educar. Disso não tenha dúvidas! Inovar e fazer diferente e para melhor começa por não se ter a tentação de desprestigiar uma classe que é nuclear para que as aprendizagens sofram melhorias significativas e que o Ensino comece a ser olhado de um modo diferente e de forma mais prestigiante pela sociedade.
Fazer diferente não é fazer sempre do mesmo (ao que anterior Governo sempre nos habituou), é mesmo fazer diferente e, embora não descurando o rigor financeiro e os compromissos com a Troika, obriga a alguma ginástica inovadora e imaginativa procurando que as dificuldades por que todos passamos não se reflictam apenas e sempre nos mesmos continuando a não haver coragem, devido aos fortíssimos lobbies existentes, no envolvimento da Banca e das Super Empresas portuguesas na resolução dos problemas gravíssimos que Portugal enfrenta. Tudo seria bem mais fácil se as dificuldades se dividissem igualmente por todos e não só por parte daqueles que mais sofrem e menos poder económico possuem.
Portugal está numa situação difícil, conduzida essencialmente na última década por adopção de políticas económicas de crescimento e de contenção de despesas erradas, executadas por um Poder Político que se revelou incapaz, pouco audaz e incompetente. E aí está a factura que não é apenas explicada pela conjectura da crise internacional (toda ela servida de capa para o insucesso e a bancarrota a que conduziram o nosso País). Esperemos que, com a nova equipa geracional que chega ao Poder, ainda haja tempo para novos olhares e novas perspectivas do modo de encarar o futuro com optimismo pois a esperança, cada vez mais ténue, é sempre a última a morrer…
Daniel Braga,
professor
Na área da Educação esperam-se novos ventos e novas políticas quer no Ensino quer no novo modelo de avaliação a implementar. Mas mais uma vez uma frase infeliz do ministro da tutela (“apenas 5 % dos professores são excelentes”) faz torcer o nariz ao sector. Mal de um País em que apenas 5% de uma qualquer categoria profissional são considerados excelentes!
Não seremos todos excelentes mas pode ter a certeza senhor ministro que tem na área do Ensino e da Educação profissionais dignos, abnegados e profissionalmente muito competentes para levar a bom porto a árdua tarefa de ensinar e educar. Disso não tenha dúvidas! Inovar e fazer diferente e para melhor começa por não se ter a tentação de desprestigiar uma classe que é nuclear para que as aprendizagens sofram melhorias significativas e que o Ensino comece a ser olhado de um modo diferente e de forma mais prestigiante pela sociedade.
Fazer diferente não é fazer sempre do mesmo (ao que anterior Governo sempre nos habituou), é mesmo fazer diferente e, embora não descurando o rigor financeiro e os compromissos com a Troika, obriga a alguma ginástica inovadora e imaginativa procurando que as dificuldades por que todos passamos não se reflictam apenas e sempre nos mesmos continuando a não haver coragem, devido aos fortíssimos lobbies existentes, no envolvimento da Banca e das Super Empresas portuguesas na resolução dos problemas gravíssimos que Portugal enfrenta. Tudo seria bem mais fácil se as dificuldades se dividissem igualmente por todos e não só por parte daqueles que mais sofrem e menos poder económico possuem.
Portugal está numa situação difícil, conduzida essencialmente na última década por adopção de políticas económicas de crescimento e de contenção de despesas erradas, executadas por um Poder Político que se revelou incapaz, pouco audaz e incompetente. E aí está a factura que não é apenas explicada pela conjectura da crise internacional (toda ela servida de capa para o insucesso e a bancarrota a que conduziram o nosso País). Esperemos que, com a nova equipa geracional que chega ao Poder, ainda haja tempo para novos olhares e novas perspectivas do modo de encarar o futuro com optimismo pois a esperança, cada vez mais ténue, é sempre a última a morrer…
Daniel Braga,
professor