O frente a frente Sócrates – Passos Coelho evidenciou a postura de ambos e ressaltou a crispação do engº Sócrates quando deixou de conduzir o debate como é seu timbre, e foi obrigado a concentrar-se mais naquilo que fez na sua governação. Prestar contas ao país, que ele sempre enjeitou e se desculpou com a crise internacional. Ele nunca teve culpa de nada, nem responsabilidades.
Desta vez Pedro Passos Coelho não caiu nas rasteiras matreiras de Sócrates, que ataca e é useiro e vezeiro em ser oposição a si próprio, em tempos de eleição, como se tivesse chegado ao país na véspera.
Sócrates quis atacar PPC através da proposta de Revisão Constitucional do PSD, que nem sequer passou disso, um manifesto engavetado. Depois quis atacar através do programa do PSD, que não foi implementado e não tem resultados, enquanto o programa de Sócrates, que está à vista de todos, que foi implementado durante 6 anos com o resultado de falência do Estado. Este PS conseguiu, sozinho, aumentar a dívida externa em 100% em apenas 6 anos e ainda assim se acha uma vítima e não quer prestar contas ao país, atacando quem ainda não pode implementar o seu programa.
Sócrates, e este PS que aí está (não é o PS verdadeiro), foi quem mais atacou o Estado Social: atacou os professores, os funcionários públicos, os magistrados (todos mandriões), cortou benefícios e prestações sociais, cortou salários, fechou maternidades, centros de saúde, etc. e candidamente vem atacar o Estado Social dos que propõem algo diferente, mas ainda não implementado e, por isso, sem resultados aferíveis.
Outro ataque que não se justifica e é anti-ético, é o da falta de experiência governativa de PPC e da sua imaturidade, apesar de já ter 46 anos e provas dadas na vida profissional privada onde atingiu cargos de administração de empresas de razoável porte, com maturidade de vida, experiência política suficiente, seriedade, educação, cultura e postura de Estado.
Seria o mesmo que dizer que o Engº Belmiro de Azevedo não podia ser o PM de Portugal, porque não tem experiência governativa. Uma brincadeira que alguma imprensa medíocre alimenta e ressalta.
Seria condenar a eleição de Barak Obama, de Lula da Silva, de Tony Blair, de Nelson Mandela, de Xanana Gusmão, Miterran, Helmut Holl, e aqui ao lado em Espanha, de Zapatero, de Felipe Gonzalez e de Aznar, quando foram eleitos para governar os seus países. Todos sem experiência anterior governativa e com os resultados que se conhecem.
Quem tem experiência governativa pode ser julgado pelo que fez, coisa que Sócrates não quer. O que fez está à vista de todos: não cumpriu o que prometeu nas eleições e durante a governação. Dizia uma coisa na AR aos deputados, sempre com ar jocoso, e fazia outra bem diferente. Usou os expedientes conhecidos para conseguir uma licenciatura e deixou-se enredar em polémicas Freeports e outras, que a nossa justiça “tão independente que é, e célere” adormeceu.
Na sua vida profissional trabalhou 2 anos da Câmara do Fundão sem nenhum mérito especial, e ter realizado, à margem da sua vida política, projetos de engenharia e arquitetura de duvidosa qualidade, porém de grande eficiência de licenciamento, alguns em apenas uma semana. Sócrates é mais um produto dos “jotinhas”. E sobre o seu caráter está tudo dito.
Este debate teve outro condão, em meu entender, unir os “pistoleiros” do PSD que costumam exumar os seus lideres. Ficou provado que PPC está apto a que se lhe dê o benefício da dúvida, tal como milhares fizeram a Sócrates antes e que este desperdiçou. Portugal não sairá do atoleiro sem uma liderança governativa de quem seja sério, cumpridor, honesto e competente. O nosso país sofre de falta de credibilidade, porque quem o governa já deu bastas mostras do que é capaz e os mercados não são estúpidos.
Os dados estão lançados, só cai na 3ª vez quem é burro e quer. Portugal merece uma chance.
Mário Russo
*novo acordo ortográfico