Quando o senhor esteve no debate no Clube dos Pensadores confirmou-me a impressão que tinha de si. Simpático, educado, clareza de ideias e seriedade nos propósitos. Ao vê-lo neste arranque de campanha eleitoral, mantenho a mesma ideia, mas permita-me que lhe diga que no seu partido há gente que não sabe estar.
Ouvi-o dizer mais de uma vez que não sabe porque é que o PSD não descola nas sondagens perante um PS que afundou o país e que tem um PM que reiteradamente faltou à verdade aos portugueses. Por outro lado, o desemprego galopante, os aumentos de impostos e os cortes salariais, são mais que suficientes para se supor que um partido na oposição, como o PSD, já deveria estar na fasquia da maioria absoluta. Mas não está. E parece um mistério, mas não é e eu explico-me.
Dr. Passos Coelho, o senhor nomeou um coordenador para a redação do programa eleitoral do PSD, o Dr. Catroga, porém ele está a fazer mais do que o que lhe pediu. Fala depois de si e contradiz o que o senhor afirmou antes. Também outros dirigentes estão a falar de coisas importantes na vez do líder do partido. Isto não augura nada de bom.
Com efeito, o recente episódio da taxa intermédia do IVA (13%, que abrange o turismo) que o senhor disse com toda a clareza que não iria abolir, teve logo de seguida uma opinião, nem mais nem menos, do Dr. Catroga, coordenador do programa eleitoral do seu partido, a dizer que esta taxa era um disparate e deveria desaparecer.
Agora é o caso da redução da TSU, que o senhor diz ser de 4% ao longo da legislatura (confesso que é de duvidosa eficácia) e o seu coordenador vem dizer que o ideal seria 8 % e por isso, numa primeira fase serão 4% e numa segunda fase mais 4%.
Estes dois episódios e mais alguns de seus correligionários, que depois do senhor emitir uma opinião, virem dizer algo diferente, revela desorientação e, sobretudo, falta de educação de quem assim procede. Depois do líder falar, ninguém com educação tece qualquer comentário. É uma questão de “chá” (há quem não tenha bebido em criança).
O Dr. Catroga pode ter uma opinião diferente da sua, que até é enriquecedor, mas ele tem de saber que o líder do partido é o senhor e não ele. Por mais sábia que seja a sua opinião, o Dr. Catroga está a comportar-se com falta de classe. E todos os seus correligionários que o imitam também.
O que é que estes episódios evidenciam à opinião pública? Que o senhor é um líder fraco, que não tem mão naquela gente. E como sabe, Dr. Passos Coelho, ninguém gosta de ser comandado por um fraco. Não basta ser sério, falar bem, ter ideias claras. Tem de ser líder.
Não sei se vai a tempo, Dr. Passos Coelho, mas ou o senhor põe cobro imediato a estes desmandos, ou fatalmente estará a entregar de mão beijada a cadeira de PM a Sócrates, porque pelo menos neste aspecto ele não admite tais veleidades aos membros do PS.
Cordialmente,
Mário Russo
nota:escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico
Ouvi-o dizer mais de uma vez que não sabe porque é que o PSD não descola nas sondagens perante um PS que afundou o país e que tem um PM que reiteradamente faltou à verdade aos portugueses. Por outro lado, o desemprego galopante, os aumentos de impostos e os cortes salariais, são mais que suficientes para se supor que um partido na oposição, como o PSD, já deveria estar na fasquia da maioria absoluta. Mas não está. E parece um mistério, mas não é e eu explico-me.
Dr. Passos Coelho, o senhor nomeou um coordenador para a redação do programa eleitoral do PSD, o Dr. Catroga, porém ele está a fazer mais do que o que lhe pediu. Fala depois de si e contradiz o que o senhor afirmou antes. Também outros dirigentes estão a falar de coisas importantes na vez do líder do partido. Isto não augura nada de bom.
Com efeito, o recente episódio da taxa intermédia do IVA (13%, que abrange o turismo) que o senhor disse com toda a clareza que não iria abolir, teve logo de seguida uma opinião, nem mais nem menos, do Dr. Catroga, coordenador do programa eleitoral do seu partido, a dizer que esta taxa era um disparate e deveria desaparecer.
Agora é o caso da redução da TSU, que o senhor diz ser de 4% ao longo da legislatura (confesso que é de duvidosa eficácia) e o seu coordenador vem dizer que o ideal seria 8 % e por isso, numa primeira fase serão 4% e numa segunda fase mais 4%.
Estes dois episódios e mais alguns de seus correligionários, que depois do senhor emitir uma opinião, virem dizer algo diferente, revela desorientação e, sobretudo, falta de educação de quem assim procede. Depois do líder falar, ninguém com educação tece qualquer comentário. É uma questão de “chá” (há quem não tenha bebido em criança).
O Dr. Catroga pode ter uma opinião diferente da sua, que até é enriquecedor, mas ele tem de saber que o líder do partido é o senhor e não ele. Por mais sábia que seja a sua opinião, o Dr. Catroga está a comportar-se com falta de classe. E todos os seus correligionários que o imitam também.
O que é que estes episódios evidenciam à opinião pública? Que o senhor é um líder fraco, que não tem mão naquela gente. E como sabe, Dr. Passos Coelho, ninguém gosta de ser comandado por um fraco. Não basta ser sério, falar bem, ter ideias claras. Tem de ser líder.
Não sei se vai a tempo, Dr. Passos Coelho, mas ou o senhor põe cobro imediato a estes desmandos, ou fatalmente estará a entregar de mão beijada a cadeira de PM a Sócrates, porque pelo menos neste aspecto ele não admite tais veleidades aos membros do PS.
Cordialmente,
Mário Russo
nota:escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico