O discurso de Cavaco Silva apesar de dar uma no cravo outra na ferradura. Por um lado diz que a situação de crise exige uma especial cooperação entre as instituições democráticas e promete ser um elemento moderador das tensões políticas e factor de equilíbrio e imparcial . Todavia por outro lado critica asperamente o governo dizendo que o país está submetido a uma tenaz,que há o direito à indignação,temos que despertar da letargia, que é necessário um sobressalto cívico e que há limites para os sacrifícios.
Este discurso não é muito diferente de outros anteriores, foi um pouco mais duro e talvez cruel ao falar dos boys em que as nomeações não se podem pautar por critérios de filiação partidária ( PS).
O discurso vem na linha do que sempre disse ,com um palavreado e retórica bons , mas sem consequências. O diagnóstico fá-lo qualquer português minimamente informado e atento , não é preciso ser PR. Cavaco Silva poderia ter feito muito mais e não o fez no anterior mandato.Porquê? Muitas palavras e pouca ou nenhuma acção. Só pressão. Convenhamos que é muito pouco para os tempos que correm, muitas mensagens , muitos sinais , muitos recados , alguns a despropósito mas não passam disso.
O PR , Cavaco Silva não está isento nas matérias a que se referiu no seu discurso , também tem algumas culpa no cartório. Foi ministro das Finanças e Primeiro-Ministro de Portugal durante muitos anos. Se acha que este governo não é capaz deve demiti-lo . No anterior governo de José Sócrates teve tantas oportunidades de dissolver a Assembleia da República e provocar eleições . Mas não o fez. Quando se diz e fala que este mandato vai ter uma magistratura activa , o que eu não me acredito , quer dizer que o anterior mandato foi marcado por uma magistratura passiva. Eu acho que esta magistratura vai ser nem-nem. nem dissolve o Parlamento, nem faz nada a não ser enviar recados 8 alguns a despropósito).
JJ