09/02/2011

A CRISE NÃO ERA PARA SER PARA TODOS?


Hoje de manhã, dia 9 de Fevereiro de 2011, escutava as noticias na rádio e como noticia de abertura surgia a informação de que os maiores Bancos Portugueses tiveram em 2010 aproximadamente os mesmos lucros do ano anterior. Mil milhões de euros! Em números, para quem fica na dúvida. 1.000.000.000 euros, 200 milhões de CONTOS. Isto nas contas oficiais. Sabemos que a Banca está bem recheada de experientes economistas para além dos obrigatórios comissários e gestores políticos, que compõem uma equipa de especialistas em leis fiscais, bem e ajustadamente construídas, para dar dignidade à coisa…
Nada tenho contra os lucros de uma actividade económica, mas não contive a INDIGNAÇÃO quando é referido na mesma notícia o pormenor de que, tinham pago menos impostos!
O Estado Português, que somos todos nós contribuintes, está a arder em milhões de milhões, em resultado das bancarrotas do BPN e BPP, mais as ajudas dadas aos outros principais bancos que ainda não estão pagas, com empréstimos a taxas de juro simbólicas. Então a banca não é uma actividade comercial de risco como todas as outras. Quando têm lucros ficam com ele quase todo e quando fazem maus negócios então isso já é do “interesse” nacional, temos de ser solidários e pagarmos o desvario e descontrole de maus gestores, cuja maioria passa incólume nos seus “colarinhos brancos” hirtos de muita sebo na goma, inatacáveis na sua asquerosa prosápia e desfaçatez.
Como é isto possível, num ano em que, a pretexto da crise, a maioria dos cidadãos e empresários das pequenas e médias empresas viram os seus rendimentos reduzidos, POR DECRETO, os impostos directos e indirectos aumentaram, o IVA passou para 23%. E depois admiram-se da quantidade de falências! Como podem as empresas competir no mercado interno e externo, com o Estado a cortar as pernas a quem quer produzir e trabalhar. Já para não falar no famoso pagamento por conta, a maior aberração fiscal dos últimos tempos.
Gostava de ajudar o meu País, mas quem o (des)governa continua a rejeitar a minha ajuda e certamente a de muitos milhares de Portugueses. Tenho algum dinheiro que aforrei na minha vida de trabalho. Está ainda depositado num dos maiores bancos nacionais, que me paga menos de 1% de juros, quando cobra a quem empresta dinheiro juros altíssimos. Falei com o meu gestor de conta e disse-lhe que possivelmente ía mudar para um banco estrangeiro que me paga mais. Como resposta, o lamento de que não podia fazer nada!
Escuto com regularidade preocupante, a colocação de divida do Estado Português a taxas de 6 e 7%, empenhando e comprometendo, de uma forma brutal o futuro económico e social deste País. Ouço falar em “private banking” e nem quero acreditar quando escuto os políticos a falar de sucesso quando vendem partes do País a potências estrangeiras e outros abutres especuladores financeiros, a taxas que não divulgam. Porque é que essa dívida não é colocada no mercado nacional, na forma de títulos do tesouro ou outros produtos financeiros, a taxas de 3 ou 4%?? De certeza que muito capital que está ao sol em paraísos fiscais voltaria para cá e muito dinheiro que está debaixo do colchão voltaria a circular e o País estaria assim menos endividado.
Como não entendo alguém que faça o favor de me explicar.

JJM