Governo avisa Cavaco Silva de que não aceitará ingerências no futuro. Como todos sabemos o Presidente da República ( PR)pode e deve dar opiniões sobre o executivo que é diferente de governar. Se porventura tivesse tido uma maior intervenção e feito alguma pressão, demarcando-se de algumas políticas a sua reeleição estaria assegurada sem sobressaltos .
O PR é o garante da estabilidade, mas não a qualquer preço e, não pode ficar refém deste desígnio. Todos nós sabemos que a área política de Cavaco Silva não é a mesma de José Sócrates e que o PR tem sempre a bomba para explodir , a dissolução do Parlamento.Todos nós sabemos e não podemos escamotear que o PR é sempre reeleito e o seu segundo mandato é muito diferente do primeiro . Não tem nada a perder , não pode ser reeleito uma terceira vez.
O governo que se cuide e não faça muitas ondas, por muito menos Jorge Sampaio dissolveu o Parlamento. O PS não pode condicionar o PR , deve sim , governar e esperar. O PR tem inúmeras competências , além da dissolução da Assembleia da República. Pode demitir o Governo se houver uma moção de rejeição , mas não me parece possível , os partidos da direita e esquerda unirem-se para o fazerem. Não nos podemos esquecer que o primeiro-ministro José Sócrates pode-se demitir alegando não ter condições de governabilidade.
Espero que Cavaco Silva se for reeleito seja mais interventivo e não se deixe condicionar . Que convoque extraordinariamente a Assembleia da República quando achar que as coisas vão mal que dê a entender a importância de presidir a alguns Conselhos de Ministros , quando estejam em causa assuntos económicos, reúna mais vezes o Conselho de Estado, etc. Mostre que está atento e que dentro das suas competências faça algo e se pronuncie. A pressão fica então do lado de quem governa. Os portugueses sabem distinguir , atenção com ingerência.
Estas eleições são marcadas pelo déjà - vu , Cavaco Silva quer ser reeleito, Manuel Alegre culmina um projecto de vida, Fernando Nobre diz-nos que há vida para além dos partidos, Defensor Moura procura capitalizar espaço em Viana para liderar uma futura região, Francisco Lopes uma agradável surpresa , segura o eleitorado comunista e José Manuel Coelho o "Tiririca português" mostra que não chega ter 7500 assinaturas , tornando-se um equívoco.
JJ