31/12/2010

Ensitel cai em desgraça


Tudo não passou de uma queixa normal de um telemóvel defeituoso por parte de uma consumidora na referida loja, ao qual não teve o devido cuidado no tratamento da mesma. Vai daí, a queixosa relatou a sua experiência no seu blog despoletando uma batalha judicial entre a empresa e a consumidora. Isto não seria grave, se a referida empresa não tenta-se a todo o custo calar a consumidora ignorando a lei democrática designada por LIBERDADE DE EXPRESSÃO. Ora a referida queixosa, Maria João Nogueira responsável pelo blogue, decidiu também espalhar a sua má experiência e o processo do tribunal nas redes sociais, facto esse, que trouxe a público um enorme e explosivo apoio anónimo. As reacções no Twitter e Facebook foram de pronta e intensa solidariedade e rapidamente a Ensitel se tornou num alvo abater nas redes sociais. Neste processo todo, não compreendo atitude anti-democrática dos administradores desta empresa, que infelizmente não souberam tratar de forma exemplar e correcta esta queixa, comportando-se mesmo como verdadeiros "canalhas". Neste caso o feitiço virou-se contra o feiticeiro e por este andar a Ensitel, será a próxima empresa a fechar portas em Portugal. De facto as marcas e empresas não sabem por norma com quem estão a agir quando adoptam determinados comportamentos menos correctos, hoje é fácil qualquer pessoa ter 500 amigos no Facebook e 1000 seguidores no Twitter, qualquer coisa que aconteça pode ter grandes consequências e gerar estragos como este numa marca. Este é o “poder” da comunicação digital quando algo corre mal, as mesmas proporções são atingidas quando para o bem de uma marca. Neste momento os administradores desta empresa, deviam ser imediatamente demitidos pela casa Mãe ( Avenir Telecom ), cuja empresa empresa é francesa e está cotada na NYSE Euronext, pois mancharam totalmente o nome que demorou 20 anos a criar. É vergonhoso assistir-se a este tipo de situações em Portugal, muito mais com a conivência da justiça, parece que voltamos aos tempos da Pide. O mais importante em Portugal, é ter dinheiro para se pagar a meia-dúzia de advogados para intimidar uma consumidora, mas aprendam que não há dinheiro que chegue, para pagar uma grande manifestação solidária de cibernautas que vai provocar um brutal rombo nas contas e receitas da empresa em questão. Acho inacreditável que uma empresa com esta dimensão continue a tratar uma bronca destas com os pés ( para não dizer com as patas ). A liberdade de expressão é um direito que nos assiste, muito mais quando ela é fundamentada com factos reais e verídicos. Um bem haja a todos aqueles que se esforçam por relatar as suas más experiências na Internet. Obrigado Maria João !!! Não me quero alongar mais, senão ainda vou ser processado pela Ensitel ;-) .Esta situação servirá bem de exemplo para as outras empresas que gostam de intimidar clientes.

António Costa