Sr. Ministro das Finanças Teixeira dos Santos dou-lhe o conselho de ir embora deste governo , já fez muito pelo PS , pelo país e pelos portugueses. Depois de ser intransigente e não permitir que houvesse excepções aos cortes salariais . Dizendo alto e bom som que os sacrifícios seriam para todos e distribuídos por todos , cedeu. A sua autoridade foi posta em causa. Compreendo todo o tipo de pressões, algumas de alto nível institucional : Conselho da Europa para os juízes ; Banco Europeu para a CGD ; do PS e grupo parlamentar . Todavia não deveria ter cedido e ser desautorizado.
Fiquei com a sensação que esta aprovação ao fim de um dia de trabalho parlamentar foi feito sem o seu conhecimento e foi apanhado desprevenido. Não pode alegar que esta excepção se prende com o facto de as remunerações nas empresas públicas terem componentes diferentes das remunerações da função pública.
Pode dar todas as justificações do Mundo e até compreensíveis mas a ideia que passa é que há funcionários favorecidos. Em política não chega dizer é preciso fazer . E, o que aceitou fazer parece benefício a alguns e isso é grave. Dá azo a reacções de descrédito e não honrar a palavra. Para defesa do seu bom nome e profissionalismo irrepreensível , sendo o ministro que mais tempo esteve nas Finanças depois do 25 de Abril , (mais de cinco anos) deve sair , não deixar-se manipular. Tem que perceber que está a ser utilizado e a servir de escudo ao primeiro-ministro. A sua boa vontade e voluntariedade não é compatível com a ideia que passa de rigoroso , justo e capaz.
Antes que o mandem embora ou sacrificado deve sair pelo seu pé, com dignidade para continuarmos a ter uma imagem ,para sempre, de alguém que tentou remar contra a maré.Não deixe que a maré o arreste...
Como sabe , melhor do que eu,vai haver remodelação ministerial, não se deixe remodelar ou ficar , saia por bem e com a consciência do dever cumprido , não pactuando com algumas coisas menos claras.
JJ