Em todo o lado a culpa morre solteira excepto em Portugal, já que ao longo de séculos desenvolvemos a capacidade de encontrar sempre um outro culpado para os nossos males. Actualmente verificamos que vários dos nossos concidadãos colocaram os partidos sob mira, não se cansando de apontar a corrupção, o clientelismo e o tráfico de influências (que de facto são deturpações no sistema democrático) como pecados que estão na origem dos nossos males e que inevitavelmente vão acabar com a 3ª República. Esta postura crítica parece esquecer qual a natureza dos partidos, qual a sua função e qual a sua importância num Regime Democrático.
Os partidos políticos, tal como hoje os conhecemos, são fruto de uma longa evolução temporal e actualmente encontramos três tipos de partidos: os partidos de quadros, os partidos de massas e os partidos de tipo intermediário. De uma forma muito genérica podemos referir que os partidos de quadros assentam numa base de militantes notáveis pela sua experiência ou conhecimento que se agrupam em torno de ideias comuns. Os partidos de massas por seu turno agrupam largas camadas de militantes que se revêem em programas partidários amplamente divulgados e claramente definidos. Finalmente encontramos os partidos de tipo intermediário que se pautam por um certo pragmatismo e que procuram expandir ao máximo a sua base de apoiantes mesmo em detrimento das suas bases doutrinárias (a maioria dos partidos portugueses enquadram-se nesta tipologia.).
Não obstante a existência de partidos que são díspares na sua composição, a verdade é que todos eles têm a mesma definição e o mesmo objectivo: os partidos são organizações de cidadãos voluntárias, que perduram no tempo e que procuram, através dos meios definidos pela lei, a aquisição e o exercício do poder político.
Os partidos são organizações abertas, que necessitam dos cidadãos para crescer e para se manterem na vida pública pelo que qualquer cidadão tem a prerrogativa de integrar estas organizações e desempenhar as funções para as quais está apto. Dito isto, e verificando que tantas vozes descontentes se manifestam contra a existência e a acção dos partidos interrogo-me porque razão não integram os partidos e procuram mudar o que na sua opinião está mal, ou porque razão não criam novos partidos com novas ideias.
Neste momento, dada a conjectura que se vive no País, a crítica fácil do comentador político de sofá não serve aos interesses da nação se não for acompanhada de acções reais e palpáveis. Quando nos deparamos com crimes de clientelismo, corrupção e tráfico de influências somos tão culpados quanto os criminosos se não tomarmos medidas que ponham um término a estas práticas. O estado em que estamos deve-se à nossa própria permissividade porque não agimos quando o devíamos ter feito.
Mauro Alexandre Martins
Os partidos políticos, tal como hoje os conhecemos, são fruto de uma longa evolução temporal e actualmente encontramos três tipos de partidos: os partidos de quadros, os partidos de massas e os partidos de tipo intermediário. De uma forma muito genérica podemos referir que os partidos de quadros assentam numa base de militantes notáveis pela sua experiência ou conhecimento que se agrupam em torno de ideias comuns. Os partidos de massas por seu turno agrupam largas camadas de militantes que se revêem em programas partidários amplamente divulgados e claramente definidos. Finalmente encontramos os partidos de tipo intermediário que se pautam por um certo pragmatismo e que procuram expandir ao máximo a sua base de apoiantes mesmo em detrimento das suas bases doutrinárias (a maioria dos partidos portugueses enquadram-se nesta tipologia.).
Não obstante a existência de partidos que são díspares na sua composição, a verdade é que todos eles têm a mesma definição e o mesmo objectivo: os partidos são organizações de cidadãos voluntárias, que perduram no tempo e que procuram, através dos meios definidos pela lei, a aquisição e o exercício do poder político.
Os partidos são organizações abertas, que necessitam dos cidadãos para crescer e para se manterem na vida pública pelo que qualquer cidadão tem a prerrogativa de integrar estas organizações e desempenhar as funções para as quais está apto. Dito isto, e verificando que tantas vozes descontentes se manifestam contra a existência e a acção dos partidos interrogo-me porque razão não integram os partidos e procuram mudar o que na sua opinião está mal, ou porque razão não criam novos partidos com novas ideias.
Neste momento, dada a conjectura que se vive no País, a crítica fácil do comentador político de sofá não serve aos interesses da nação se não for acompanhada de acções reais e palpáveis. Quando nos deparamos com crimes de clientelismo, corrupção e tráfico de influências somos tão culpados quanto os criminosos se não tomarmos medidas que ponham um término a estas práticas. O estado em que estamos deve-se à nossa própria permissividade porque não agimos quando o devíamos ter feito.
Mauro Alexandre Martins