15/10/2010

ESTA DITOSA PÁTRIA


Parodiava em termos muito irónicos Alexandre Herculano, as origens do povo Português,acerca da designação que alguns dos antepassados dos que agora nos mostram ou mostraram um País risonho e cheio de vitalidades que não tinha e que nunca teve:
-" O povo desde o qual têm alguns senhores tecido a genealogia portuguesa está achado; é a de Lusitanos.".

Com esta ironia encoberta mas grave, fustigava A.Herculano os "historiadores" nacionais, seus antecessores e castigava com valor magistral, o povo culpado de acreditar numa genealogia que não tinha, já que o termo recente de lusitani,substituiu ou foi substituído pelos tais,que tal como agora,pretendem iludir as verdades, o termo certo e que é portucalenses.

Aparentemente nada ligaria estes dois capítulos aos acontecimentos graves que têm assolado a Pátria nestes últimos anos e que pelos vistos continuará ad eternum,sem que as assolapadas virtudes dos distintos eruditos salvadores, e miraculosos gurus da politica,quer governem quer não,nos têm conduzido, resolvam de uma vez por todas este viver sem descanso,sem horizontes e sem destino.

Qualquer um de nós,verificará,sem grande trabalho mas se,se der ao mesmo, que nunca esta Ditosa Pátria Minha Amada,e o povo que a compõe, conseguiu per si avantajar-se e erguer-se sem a ajuda de interesses exteriores, salvo durante um certo período de tempo,em que muitos não gostam que se fale ou se relembre, apenas porque tal período faz parte da História recente de Portugal.

Mais uma vez e aparentemente,nada disto que fica dito,terá a ver com o sub-prime,com as actividades financeiras especulativas, com a alta corrupção existente, com as negociatas tratadas dentro de portas entre o poder politico e o financeiro,etc... mas tem.

Esquecidos e passadas as euforias distractivas do futebol,do salvamento dos mineiros do Chile,do aprova ou não aprova o OE, dos diz que disse,mas não disse ou então disse,das opiniões e comentários de distintos,ou não, economistas,alguns dos quais ajudaram e contribuíram em muito para a situação de miséria actual,importa saber o que irá dizer e fazer o Povo em gera, e a geração dos mil euros em particular.

Ficarão os valentes portucalenses mais uma vez a olhar para o lado, fingindo que a vida lhes corre pelo melhor? Ou no dia das eleições,lá vão ordeiramente,como convém,votar nos mesmos que até agora os esmifram desordenadamente,todos os dias e com novos e maquiavélicos expedientes?

Parece-me,dada a genealogia deste Povo, e a eterna conveniência da graxa,que ainda não é desta que nos safamos e renascemos de parto natural,sem a ajuda de "parteiros" vindos da estranja,já que até a China entre outros,querem comprar a dívida Portuguesa. Ao que chegou a Ditosa Pátria,agora sem Mátria!


Oliveira Neves