29/10/2010

Ainda as Portagens na SCUT do Norte


Contrariamente aos Portugueses, sobretudo os do Norte, que parecem ter ficado anestesiados e estupidificados com as medidas do famigerado orçamento apresentado pelo governo, os Galegos «não brincam em serviço», e não estiveram com meias medidas ( greves, protestos,etc.). Com efeito, a Confederação de Empresários da Galiza (CEG)
apresentou uma queixa contra Portugal à Comissão Europeia e Parlamento Europeu pelo singular e ortodoxo sistema de portagens nas SCUT do norte de Portugal.A referida Comissão entende que o sistema de cobranças das portagens nas SCUT do Grande Porto, Norte Litoral e Costa da Prata,colide com o princípio de livre circulação na Europa.
Esta Comissão já tinha enviado a 15 de Outubro, uma primeira comunicação através da rede Europa, apontando as dificuldades que os utilizadores estrangeiros têm para passar aquelas estradas, porque o sistema de pagamento exige a compra ou aluguer de um DEM e um pré-carregamento.
Com a recente queixa, destaca os danos causados ao tecido produtivo galego e à sociedade em geral pelo novo sistema.. Aqui em Portugal,a Comunidade Intermunicipal do Minho-Lima,limitou-se a decretar dois dias de luto, 8 e 9 de Novembro, e a colocar a bandeira nacional a meia haste nas Câmaras Municipais.Está bem de ver que estas iniciativas ficam «em águas de bacalhau», como, aliás, com as greves decretadas pelos sindicatos.As forças vivas do nosso país parecem estar anestesiadas,amordaçadas, aparvalhadas e imbecilizadas por uma miserável propaganda de um país mergulhado «num mar de rosas», apregoado pelo primeiro-ministro ( Há um ano atrás, nas eleições, foi dito pelo Eng.Sócrates que o déficit não existia, que não era preciso reduzir despesas nem agravar taxas e impostos, porque tudo se ia resolver com o crescimento da economia. Em menos de um ano passou-se para esta realidade com três PEC, corolário, fatal como o destino, de outros tantos que aí vêm). Tudo isto perante a passividade do presidente da República que se gaba de ser um experiente financeiro e que não teve a
coragem de desmentir o primeiro-ministro e dar-lhe um fim honroso:pô-lo no olho da rua, antes que a catástrofe caísse na cabeça dos Portugueses.
Os Galegos estão a dar- rnos uma bela lição de cidadania que os Portugueses já esqueceram.

Francisco Azevedo Brandão