
Decorreu esta semana no Porto o 14º Simpósio Luso-Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, um evento que congregou mais de 600 especialistas sobretudo de Portugal e do Brasil, mas também de Angola e Moçambique, para debater problemas do setor, com relevo para as águas de abastecimento público, as águas residuais e os resíduos sólidos. O mote do simpósio, “Adaptação e sustentabilidade de serviços de abastecimento de água e de águas residuais”, reflete e antecipa o sentimento que varre hoje a sociedade portuguesa no que tange ao futuro e à qualidade de vida propiciada por este setor de infra-estruturas tão importantes.
O evento foi organizado em 4 temas gerais e 3 painéis. Os temas gerais foram (1) o abastecimento de água, (2) as águas residuais e pluviais, (3) resíduos urbanos e (4) sistemas de informação, qualidade de serviço, desempenho e certificação.
Os painéis debateram (i) planos de abastecimento de água e de águas residuais nos Países da CPLP, (ii) Problemática da gestão de resíduos orgânicos urbanos biodegradáveis e (iii) eficiência energética e controlo de perdas nas empresas de saneamento no Brasil e em Portugal.
Estando no painel (ii) tive a oportunidade de apresentar o tema” Os desafios estratégicos de Portugal no setor dos RU: oportunidade de reestruturação do PERSU II”. Com efeito, o PERSU II (Plano estratégico para os RSU em Portugal 2007-2016), é consequência da revisão do 1º plano estratégico, que aponta para o reforço da reciclagem, o desvio de matéria orgânica de aterros e uma estratégia para a produção de CDR (combustíveis derivados de resíduos). Acompanha um pacote financeiro de várias centenas de milhões de euros.
Acontece que em Portugal os RSU são geridos por 25 entidades gestoras, multimunicipais ou intermunicicpais, todas públicas, com a participação dos municípios e de capital do Estado ou apenas pelos municípios, com dimensões as mais variadas, acarretando custos que se refletem nas tarifas de tratamento que vai de 14 €/ton a 50€/ton, devido à falta de escala.
Esta é uma oportunidade de reflexão e de por em causa o PERSU II, em sede de revisão das suas previsões, quase todas falhadas no 1º plano, quer já neste 2º plano, por demasiada boa-vontade dos planeadores, que só tiveram olhos para o otimismo e não colheram ensinamentos com os erros de previsão anteriormente cometidos.
A proposta apresentada reduz os atuais 25 sistemas para 11, conferindo maior escala e equilíbrio entre os sistemas, que partilharão infra-estruturas algumas sub-proveitadas atualmente, evitando ter de se construir mais equipamentos e gastar centenas de milhões de euros que farão falta a outros setores da economia nacional.
Mário Russo
*texto escrito pelo novo acordo ortográfico
O evento foi organizado em 4 temas gerais e 3 painéis. Os temas gerais foram (1) o abastecimento de água, (2) as águas residuais e pluviais, (3) resíduos urbanos e (4) sistemas de informação, qualidade de serviço, desempenho e certificação.
Os painéis debateram (i) planos de abastecimento de água e de águas residuais nos Países da CPLP, (ii) Problemática da gestão de resíduos orgânicos urbanos biodegradáveis e (iii) eficiência energética e controlo de perdas nas empresas de saneamento no Brasil e em Portugal.
Estando no painel (ii) tive a oportunidade de apresentar o tema” Os desafios estratégicos de Portugal no setor dos RU: oportunidade de reestruturação do PERSU II”. Com efeito, o PERSU II (Plano estratégico para os RSU em Portugal 2007-2016), é consequência da revisão do 1º plano estratégico, que aponta para o reforço da reciclagem, o desvio de matéria orgânica de aterros e uma estratégia para a produção de CDR (combustíveis derivados de resíduos). Acompanha um pacote financeiro de várias centenas de milhões de euros.
Acontece que em Portugal os RSU são geridos por 25 entidades gestoras, multimunicipais ou intermunicicpais, todas públicas, com a participação dos municípios e de capital do Estado ou apenas pelos municípios, com dimensões as mais variadas, acarretando custos que se refletem nas tarifas de tratamento que vai de 14 €/ton a 50€/ton, devido à falta de escala.
Esta é uma oportunidade de reflexão e de por em causa o PERSU II, em sede de revisão das suas previsões, quase todas falhadas no 1º plano, quer já neste 2º plano, por demasiada boa-vontade dos planeadores, que só tiveram olhos para o otimismo e não colheram ensinamentos com os erros de previsão anteriormente cometidos.
A proposta apresentada reduz os atuais 25 sistemas para 11, conferindo maior escala e equilíbrio entre os sistemas, que partilharão infra-estruturas algumas sub-proveitadas atualmente, evitando ter de se construir mais equipamentos e gastar centenas de milhões de euros que farão falta a outros setores da economia nacional.
Mário Russo
*texto escrito pelo novo acordo ortográfico

