De novo a resistência à regionalização porque continua a ser mal ressuscitada e o timing mais uma vez inadequado. A proposta de revisão constitucional do PSD consagra uma região-piloto ( Algarve). A regionalizção não vai com gradualismo , ou é , ou não é. A forma de não ser onerosa para os cofres públicos seria extinguir muitas câmaras , freguesias e concomitantemente autarcas.
Aí os portugueses perceberiam!
Para quem é fã da regionalização e acha que é a única forma de haver transferência de poder , de verbas e consequente desenvolvimento, tem que começar pelo fim e, vir de baixo para cima . Comecem primeiro pelos directórios dos partidos - os partidos estão estruturados para as suas clientelas . As secções dão acesso às freguesias , as concelhias às Câmaras e as distritais ao Parlamento . Façam a regionalização primeiro dentro dos aparelhos dos partidos . Exijam a legitimação referendária e vinculativa ( participação de mais de 50% do eleitorado ) . Não ressuscitem a regionalização como mais despesa e desperdício , mas digam onde cortam nos gastos do erário público , tornando-o mais eficiente e selectivo. Como será o acesso a um Governo Regional ? Como será a sua composição ? Quais serão as suas competências ? As câmaras mantêm as mesmas competências ? São precisas tantas câmaras ? E, freguesias ? Expliquem muito bem aos portugueses esse trajecto. E , antes de criarem mais uma estrutura de poder , digam onde vão cortar em cargos . Se os Governadores Civis são extintos e os presidentes das Comissões de Coordenação da Região desaparecem . Sou contra a duplicação de poderes ou poderes paralelos . Como sabem há um excesso de autarcas e ninguém quer perder o seu feudo: temos 308 presidentes de Câmara ; 4260 presidentes de Junta de Freguesia . No total com deputados municipais de Câmara , freguesia e vereadores ( 2045) . São à volta de 50.000 .
Como se fala em poupança e diminuição da despesa pública seria importante diminuir ao número de autarcas do país.
As desigualdades entre o interior isolado e desertificado e um litoral sobrepovoado são uma marca constante e mais evidente do que entre regiões.
A democracia tem um custo mas torne-se esse custo mais eficaz , producente e dando o exemplo.
Por outro lado o Norte é discriminado, sim, mas negativamente em vez de ser positivamente, tendo em conta esta zona do país votada ao ostracismo , à penúria e ao esquecimento. O desprezo , a omissão e sobretudo a falta de sensibilidade por uma zona do país ,que precisa sim, é de investimento , incentivo e de lembrança.
O governo só vê a capital , por sinal, a região mais rica de Portugal.
O que me parece é que isto já nem vai só com regionalização ( sou tendencialmente contra se houver maior despesa e desperdício) .
Elites , notáveis ,artistas, autarcas , deputados , forças vivas , gente pensante, etc., do Porto deveriam juntar-se todos e em uníssono exigir mais investimento para esta zona que mais parece moribunda e ignorada.
Crie-se uma espécie de lobby pelo Norte , exija-se respeito e consideração. Se tal não acontecer só nos resta pedir a independência.Já!
JJ