03/09/2010

Conceito de democracia


Permitam-me que responda a Vasco Pulido Valente (27-8-2010, "Quem se lembra,
muito simplesmente, de perguntar: que erros se fizeram? Quem os fez? Quando? Com
que consequências?") indo até um pouco mais longe. Em vez de apenas perguntar,
tenho, nos sectores em que é minha obrigação ter alguma competência, identificado e
denunciado vários erros (muitos deles, aliás, elementares), as suas consequências e
quem os cometeu, indicando o que há a fazer para os corrigir. Sucedeu isso nos sectores
da investigação científica, do ensino, especialmente do superior (incluindo Bolonha) e
da agricultura. Nalguns casos aqui no "Público". Tem sido bradar no deserto.
Vasco Pulido Valente, como a grande maioria dos portugueses, fala repetidamente na
nossa "democracia". É espantoso, especialmente para quem viveu anos em Oxford, que
não saiba que um sistema em que os cidadãos não se podem candidatar a deputados e
onde meia dúzia de pessoa dizem a 8 milhões de eleitores em quem é que eles têm
"licença" de votar (e em lista por ordem fixa!) é ditadura em qualquer parte do mundo.
Que bizarro conceito de "democracia" e das inerentes "eleições livres"!


Miguel Mota,
Oeiras