17/07/2010

O Estado da Nação


A discussão do estado da Nação na AR foi o primeiro banho neste período que antecede o mês em que os europeus vão para a praia.

Fiquei surpreendido e agradado por Sócrates viver num país espectacular, que eu próprio também gostaria de viver. Ele está com sorte em viver nesse país, porque se vivesse no país em que eu vivo, constataria que o seu povo está desanimado, triste e sem esperança.

Poderia constatar com facilidade que o Primeiro-Ministro do meu país não é levado a sério e anda a pregar aos peixes. Ele bem tenta animar o pessoal, mas estando a sua credibilidade minada, por mais que fale, já ninguém o ouve.

Mas se Sócrates vivesse no meu país, também veria que a oposição, que poderia ser a alternativa, comporta-se como os ministros do país, que hoje dizem uma coisa e logo a seguir o seu contrário, ou que até há ministros que são invisíveis, como o das Obras Públicas e o da Justiça, só para falar em dois.

Sócrates tem sorte em viver num país tão “fiche”. Pois se ele aqui vivesse veria que este governo prometeu duas vezes não aumentar os impostos e já o fez. Inventou as SCUT, auto-estradas sem custos para o utilizador, mas correu a cobrar portagens. Prometeu dar o cheque bebé, para incentivo à natalidade, mas até agora nem um foi dado. Que criaria empregos, mas aumentou muito mais o número de desempregados.

Veria uma oposição em que o líder do PSD vai a Espanha, quando se decidia o futuro de uma empresa estratégica para o desenvolvimento do meu país, a PT, em contenda com uma empresa espanhola, e diz que é favorável à empresa espanhola.

Sócrates, se vivesse no meu país, concluiria que de facto existem muitas razões para que este povo ande desanimado, triste, sem esperança e o país sem rumo, nem futuro.

Mário Russo