13/05/2010

Estou preocupado


José Carvalho


Não é bonito dizer, será decerto um sinal de fraqueza se interpretado por pensador esclarecido e optimista.Preocupações são coisas inexistentes.

Reais serão os problemas que conseguimos enxergar, o que constitui, por sua vez, a primeira fase da resolução de um qualquer problema.

Reais terão de ser as hipóteses de solução que para cada problema temos de encontrar, sob pena de voltarmos ao início, ou seja, à inexistência do problema. Estas hipóteses resultarão da sensibilidade, conhecimentos, experiências e capacidade de cada um e constituirão a segunda fase da resolução.

Destas hipóteses de soluções possíveis, uma terá de ser eleita a “solução”, estamos então na terceira fase da resolução dum problema.

Real deve ser a possibilidade dessa solução ser implementada e, “forçosamente” resolver o problema (quarta fase da resolução).

Se esta 4ª fase não correr como previsto porque:
1-A solução foi mal escolhida
1.1- Porque o problema foi mal identificado;
1.2- Porque o problema foi mal equacionado;
1.3- Porque o problema foi mal entendido pelo responsável.
Etc, etc.

2- A implementação foi mal efectuada
2.1- Porque a solução é insensata;
2.2- Porque os meios são insuficientes;
2.3- Porque o responsável é ineficaz;
Etc,etc,etc

Surgirão então outros problemas que poderão porventura ser ainda mais graves. Desmotivações, instabilidades, injustiças, paralisações, sofrimentos injustos…

Não adianta, em qualquer situação, ficar preocupado. Este sentimento não resolverá nada, apenas leva à conclusão ou consciência da nossa incapacidade. Isto sim é que será verdadeiramente “PREOCUPANTE”.

Nestes últimos dias tenho constatado o aparecimento de algumas hipóteses de milagre. a)A vinda do Papa será olhada por alguns como capaz de fazer com que a Srª de Fátima olhe mais para os problemas dos Portugueses. A Igreja continua, apenas, a “compreender” e a perceber os injustificados sacrifícios feitos pelos crentes que consideram a necessidade de pagar a Deus algum benefício recebido. Como se Deus negociasse a sua infinita bondade. A Igreja não considera como solução deste problema uma posição forte de oposição a estes sacrifícios. Fico “preocupado” porque não sei qual a razão!!!

b)O PSD e mais especificamente o seu novo líder, aparecem como os salvadores e únicos entendedores dos problemas que o País atravessa. PPCoelho tem tido a capacidade de se rodear de bons conselheiros, ganha protagonismo como negociador acessível e o partido propõe as soluções que toda a “GENTE” quer ouvir (sim, a gente grande). Estão a resolver bem o problema, o deles, o de tentarem ganhar votos, mas só esse.

-Reduzir salários de valores absolutamente normais, como os dos funcionários públicos. -Reduzir rendimentos de valores inferiores, como os subsídios de desemprego.

-Reduzir os valores que permitem algum incremento da actividade e consumos internos, como o 13º mês.

-Reduzir os 2,9%, a que políticos e a que gestores? só para fazer de conta, e ir de encontro às massas dizendo que são muito solidários.

Para quando as reais e indicadas soluções? Os lucros das instituições financeiras? os pornográficos prémios de gestores de empresas “particularríssimas” e geradoras de lucros fáceis à custa de todos os Portugueses? (EDP, PT…obtêm lucros nos custos excessivos que impõem a cada um de nós), as grandes e desproporcionadas riquezas, constituídas, claro, à custa de muito trabalho? (de sol a sol e à chuva),, as fugas para os off-shores? O enriquecimento ilícito? Etc,etc

O PS não tem sido capaz de o fazer sozinho, será esta a ajuda desejável que o PSD deveria disponibilizar? Tudo isto me faz pensar nas semelhanças dos problemas com os problemas da Igreja. Saber viver é fundamental, isso é que faz ter boa imagem e adeptos.