Oliveira Neves
Simples,preciso e conciso.
Simplesmente acordei.
Precisamente na casa que se calhar vou perder.
Concisamente, estou em agonia.
Olhando à minha volta, ouço os rumores de qualquer coisa que julgava ser do passado,quase pré histórico na vida dos Portugueses. Nascido e criado numa família grande,mas da classe média baixa, cedo,por volta dos 10- 11 anos de idade, me vi confrontado com uma verdade que hoje,mais de meio século depois, está de volta ao nosso País.
Dos 10 aos 15 anos, fui aprender o ofício de ajudante de farmácia,onde ganhava 150$00 por mês,ou seja, 5$00 por dia. O trabalho era o de pesar e encher sacos de bicarbonato de sódio; fazer empacotar supositórios de glicerina e outros medicamentos manipulados,como era uso na altura. Das 09H00 às 19H00, todos os dias,sendo que ao sábado também se trabalhava e o descanso era ao domingo. Foi por essa altura que os "fascistas" introduziram a semana inglesa,portanto,aos sábados só se trabalhava de manhã,a partir dai.
O Imposto Profissional era pago pela entidade patronal.
Os descontos para a "Caixa" eram pagos pela entidade patronal.
O subsídio de Natal,correspondia a metade do ordenado.
O subsídio de férias não existia.
Ai do patrão que despedisse de qualquer maneira um empregado... a Inspecção do Trabalho,tratava-lhe logo,em dias, da saúde.
A partir dos 15 anos, lá conseguiram que fosse trabalhar para o Estado,como paquete. Começa-se de baixo para cima.
Dos 19 para os 20,por decisão minha e anuência do meu pai,fui para a tropa, ficando o vinculo à função pública garantido na altura do meu regresso do Ultramar,para onde tinha sido pouco depois enviado.
Descontando e passando à frente das peripécias que um jovem com 20 anos, sozinho, a comandar um grupo de africanos em zona de 100%,jamais pensaria voltar a Portugal Continental. Lá casei,lá fiz a família e a minha casa e lá fiquei a trabalhar,até Dezembro de 1975, altura em que por decisão superior voltei a casa de meus pais.
Hoje,em 2010. Ano de Graça do Século XXI, desperto,acordo,penso,interrogo:
-Mas afinal, o que é que eu vim para aqui fazer?
-Mas já sei a resposta! Vim para ser roubado, esbulhado,assassinado lentamente. Assistir ao que quase me parece ser um "plano" concertado para que os mais pobres, os mais necessitados,os mais velhos,sejam "gaseados" agora não com gás mas com a impossibilidade de viver... é uma técnica,impedir-se alguém de "viver" impondo-lhe restrições dignas, já não digo de Himmler,porque esse nem sequer se lembrou disso,mas de Átila, o Huno.
Quando vejo,concidadãos meus,homens e mulheres, a dormirem nas ruas, a fazerem fila à porta da Sopa do Sidónio,etc... não me revejo nesta Democracia de gananciosos, de despudorados, de injustiçados, do Povo fremente de Liberdade,mas que desperta todos os dias em agonia profunda. Aja pois, vergonha!
Simples,preciso e conciso.
Simplesmente acordei.
Precisamente na casa que se calhar vou perder.
Concisamente, estou em agonia.
Olhando à minha volta, ouço os rumores de qualquer coisa que julgava ser do passado,quase pré histórico na vida dos Portugueses. Nascido e criado numa família grande,mas da classe média baixa, cedo,por volta dos 10- 11 anos de idade, me vi confrontado com uma verdade que hoje,mais de meio século depois, está de volta ao nosso País.
Dos 10 aos 15 anos, fui aprender o ofício de ajudante de farmácia,onde ganhava 150$00 por mês,ou seja, 5$00 por dia. O trabalho era o de pesar e encher sacos de bicarbonato de sódio; fazer empacotar supositórios de glicerina e outros medicamentos manipulados,como era uso na altura. Das 09H00 às 19H00, todos os dias,sendo que ao sábado também se trabalhava e o descanso era ao domingo. Foi por essa altura que os "fascistas" introduziram a semana inglesa,portanto,aos sábados só se trabalhava de manhã,a partir dai.
O Imposto Profissional era pago pela entidade patronal.
Os descontos para a "Caixa" eram pagos pela entidade patronal.
O subsídio de Natal,correspondia a metade do ordenado.
O subsídio de férias não existia.
Ai do patrão que despedisse de qualquer maneira um empregado... a Inspecção do Trabalho,tratava-lhe logo,em dias, da saúde.
A partir dos 15 anos, lá conseguiram que fosse trabalhar para o Estado,como paquete. Começa-se de baixo para cima.
Dos 19 para os 20,por decisão minha e anuência do meu pai,fui para a tropa, ficando o vinculo à função pública garantido na altura do meu regresso do Ultramar,para onde tinha sido pouco depois enviado.
Descontando e passando à frente das peripécias que um jovem com 20 anos, sozinho, a comandar um grupo de africanos em zona de 100%,jamais pensaria voltar a Portugal Continental. Lá casei,lá fiz a família e a minha casa e lá fiquei a trabalhar,até Dezembro de 1975, altura em que por decisão superior voltei a casa de meus pais.
Hoje,em 2010. Ano de Graça do Século XXI, desperto,acordo,penso,interrogo:
-Mas afinal, o que é que eu vim para aqui fazer?
-Mas já sei a resposta! Vim para ser roubado, esbulhado,assassinado lentamente. Assistir ao que quase me parece ser um "plano" concertado para que os mais pobres, os mais necessitados,os mais velhos,sejam "gaseados" agora não com gás mas com a impossibilidade de viver... é uma técnica,impedir-se alguém de "viver" impondo-lhe restrições dignas, já não digo de Himmler,porque esse nem sequer se lembrou disso,mas de Átila, o Huno.
Quando vejo,concidadãos meus,homens e mulheres, a dormirem nas ruas, a fazerem fila à porta da Sopa do Sidónio,etc... não me revejo nesta Democracia de gananciosos, de despudorados, de injustiçados, do Povo fremente de Liberdade,mas que desperta todos os dias em agonia profunda. Aja pois, vergonha!