António Nunes
Os tempos que correm, fazem recordar, instintivamente, tempos de outros tempos, que se julgavam já ultrapassados.A verdade é que se vive na actualidade do nosso país, uma sensação muito estranha de secretismos escondidos com o rabo de fora. Será só resultado da informação e contra-informação abundante a que temos acesso, graças às novas tecnologias e novas estratégias de jogos do Poder? O que nos vai chegando de diversas fontes, é tudo verdade? É tudo mentira? É parcialmente mentira? Ou verdade?!...Dado que me tenho vindo a sentir cada dia que passa mais e mais sintonizado com o pensamento expresso pela extraordinária obra literária de Miguel Torga, particularmente da sua faceta em que o Homem consegue transformar as suas debilidades e momentos de inquietude em impulsos vitoriosos para lutar no sentido da sua evolução e libertação, lembrei-me que não seria descabido apelar ao seu exemplo de homem de luta e de convicções políticas e sociais. Aliás, o lema do Clube dos Pensadores. Para travar essa luta é que o CdP existe e tem-no demonstrado.Não resisto a transcrever o poema «Exortação» que Torga escreveu quando foi preso e interrogado pela PSP de Leiria, à ordem da PVDE e do Ministro do Interior, de 30 de Novembro a 2 de Dezembro de 1939:
Meu irmão na distância, homem
Que nesta mesma cama hás-de sofrer;
Que nem a terra nem o céu te domem;
Nenhuma dor te impeça de viver!
Os tempos que correm, fazem recordar, instintivamente, tempos de outros tempos, que se julgavam já ultrapassados.A verdade é que se vive na actualidade do nosso país, uma sensação muito estranha de secretismos escondidos com o rabo de fora. Será só resultado da informação e contra-informação abundante a que temos acesso, graças às novas tecnologias e novas estratégias de jogos do Poder? O que nos vai chegando de diversas fontes, é tudo verdade? É tudo mentira? É parcialmente mentira? Ou verdade?!...Dado que me tenho vindo a sentir cada dia que passa mais e mais sintonizado com o pensamento expresso pela extraordinária obra literária de Miguel Torga, particularmente da sua faceta em que o Homem consegue transformar as suas debilidades e momentos de inquietude em impulsos vitoriosos para lutar no sentido da sua evolução e libertação, lembrei-me que não seria descabido apelar ao seu exemplo de homem de luta e de convicções políticas e sociais. Aliás, o lema do Clube dos Pensadores. Para travar essa luta é que o CdP existe e tem-no demonstrado.Não resisto a transcrever o poema «Exortação» que Torga escreveu quando foi preso e interrogado pela PSP de Leiria, à ordem da PVDE e do Ministro do Interior, de 30 de Novembro a 2 de Dezembro de 1939:
Meu irmão na distância, homem
Que nesta mesma cama hás-de sofrer;
Que nem a terra nem o céu te domem;
Nenhuma dor te impeça de viver!