«Nós estamos fora desse jogo,
nós somos oposição e o Partido
Social Democrata deve trabalhar
afincadamente para se manter
como alternativa firme a este
Governo. É a alternativa que em
democracia está destinada a
substituir um poder que não serve»,
Manuela Ferreira Leite em Bragança nestas Autárquicas
O estranho é que parece que Manuela Ferreira Leite é que não entende que as eleições Legislativas terminaram a 27 de Setembro de 2007 e que o país se encontra numa crise dupla, interna, gerada também por ela, e internacional gerada pela Direita neo liberal onde ela se enquadra.
O grave é que, não o entendendo, Manuela Ferreira Leite com estes discursos de enorme agressividade e de forte clivagem politico social empurra o país para a impossibilidade de superar a crise, alimentando pelo contrário a instabilidade, o desemprego, a insegurança.
Primeiro, durante a campanha eleitoral, preenchida de estorietas que se vieram a mostrar falsas, encheram a boca da necessidade de não haver maiorias absolutas. Tendo atingido esse objectivo menor, pois perderam as eleições, o PSD de Manuela Ferreira Leite, ao que parece a par de não poucos da Presidência da República, procuram agora impor um golpe constitucional/de estado que conduza o PSD para o governo, com o apoio da PR, e, esperam, o silencio da Oposição BE/PCP.
Urge pois penalizar ainda mais a Direita.
Na verdade, estas eleições Autárquicas estão a servir de campo de manobra para justificar um governo de cariz presidencialista, de maioria de direita, PSD/CDS, bastando para tal que haja o argumento de haver uma maioria de Câmaras à Direita!
Ao que se juntaria o facto da coligação PSD/CDS ter mais deputados que o PS e ao que se alinharia o silêncio no BE e no PCP.
A ambição da PR é conhecida. O ódio a soluções PS/PSD é também conhecida, bastando recordar que foi contra a coligação PS/PSD que o professor Cavaco Silva surgiu para a liderança do PSD. O semi presidencialismo é a rampa de partida para um “presidencialismo justificado”, pela impossibilidade de entendimento à Esquerda.
Eis porque os que brincam com o fogo e se esforçam por anular o que é evidente, para atingirem o único objectivo que será a destruição do PS ou não entenderam a gravidade do que estão a provocar, ou, se o entenderam, pagarão bem caro este erro.
Mas, para já, a este movimento golpista só há uma solução. Votar em força no PS, impedir uma maioria de Câmaras à Direita, numa primeira fase.
Aliás, a derrota da maioria PSD nas Câmaras Municipais é também a solução para a estruturação de politicas de Desenvolvimento Local Sustentável, instrumento determinante para erradicar a desertificação do Interior e o excesso populacional no Litoral.
De seguida, preparar rapidamente uma plataforma de entendimento à Esquerda para as Presidenciais.
Ora essa plataforma tem já rosto.
Chama-se Manuel Alegre.
Ele foi o travão da destruição do PS e da vitória eleitoral de Manuela Ferreira Leite.
E é a personalidade capaz de congregar a Esquerda para uma vitória nas Presidenciais.
Ora a vitória nas Presidências é a solução para a estabilidade e para a capacidade de resposta, à Esquerda, para o combate à crise, dupla, que vivemos.
Joffre Justino
( texto enviado no dia 9/10/2009 , só agora publicado devido ao dia de reflexão, sábado e no domingo este espaço não quis falar de temas partidários)