02/09/2009

Inveja Barata, Políticas de Governo Adequadas e “Privadas” estúpidas


José Socrates teve ontem a oportunidade de ser entrevistado na RTP1.

E acentuo a ideia, teve a oportunidade, pois a comunicação social em Portugal é, visivelmente, posse da Direita e, por isso, ver o secretário geral do Partido Socialista na Televisão em tempo suficiente de explanar pontos de vista é coisa rara.

Há anos, aliás, que não se via tamanho controlo da Comunicação Social, pelo que é inaceitável tanto o silencio da Entidade Reguladora da Comunicação Social, ERC, como o da Comissão Nacional de Eleições, CNE, que, por razões que a razão sem dúvida desconhece, alimentam, gerando em Portugal um ruído que começa a ser ensurdecedor!

Cito dois casos e teria muitos mais, como prova – o caso Freeport e o caso das escutas na Presidência da República. Em ambas as situações, estavam em causa instituições representativas do Estado, mesmo que, também, claro, Pessoas. Em ambos os casos se constata a manipulação que a comunicação social alimentou, por razões estritamente partidárias, anti Partido Socialista.

Hoje está visível a Mentira, e uma Mentira que beneficia sempre a mesma Pessoa – Manuela Ferreira Leite e a sua facção que infelizmente degrada o PSD.

Nem por livre vontade, a comunicação social reconheceu o erro, e pediu desculpas, no caso sempre à mesma Pessoa – José Socrates, primeiro ministro e secretário geral do Partido Socialista – nem foi, como deveria tê-lo sido, forçada a fazê-lo pelas entidades ERC e CNE.

Ora, durante estes últimos 4 anos e apesar de estarmos em um Governo de Maioria Absoluta, Socialista no caso, não houve saneamentos na Comunicação Social, não houve um “caso Marcelo Rebelo de Sousa”. Pelo contrário, houve sim uma dita senhora que tudo fez, que em todo o momento se “pôs a jeito”, a ver se ganhava o “prémio da saneada”, a ridícula Manuela Moura Guedes, que sempre que pôde, mentiu, manipulou, insultou.

Mas de nada lhe valeu a exuberante ridicularia de fim de semana….

Houve despedimentos na comunicação social. Vidé o caso JN e o estranho silencio em volta do Publico…

Mas os que houve, foram feitos sob a autoridade do patronato, privado, de Direita, apoiante de Manuela Ferreira Leite, “simpatizante” do BE e “tolerante” do PCP, (porque roubam votos ao PS), e, claro, como resultado, nem do Sindicato dos Jornalistas se ouviu falar… nem do BE, nem do PCP, nem da CGTP.

E da Ideia essencial de Responsabilidade Social, nem falar!

Curioso não?

A entrevista de José Socrates, que eu não tive a oportunidade de assistir, todos o dizem, correu bem.

Que diz a Direita? “Psicologia barata”…

Que diz o BE? “A bóia de Salvação”….

Que fazem os jornalistas? “Apoucam” a qualidade da entrevista…

Deixemos a ideia de psicologia barata com uma única resposta – a economia vive de motivações, não da moeda, nem da capacidade de investimento, pelo que quando um Governo incentiva a motivação positiva no seu país está sobretudo a cumprir um dever que deveria ser também o da Oposição quando o país está, como Portugal, como todo o Mundo, envolvido numa Crise Mundial.

Para barato chega.

Infelizmente não ouvi Joana Amaral Dias a explicar a Anacleto Louçã que “Portugal Moderninho” é mesmo fazer “escândalo” por causa de um ridículo par de corninhos, em especial por estarmos, repito-o, no país de Bocage, de Bordalo Pinheiro, de Natália Correia.

Mas é sobretudo inacreditável que Joana Amaral Dias, não entenda o que de reaccionário há na defesa da família de Manuela Ferreira Leite e o perigoso que é, para o país, se este conservadorismo regressar ao poder em Portugal.

Enfim, resquícios “albaneses” no BE? Mas o mais curioso é Joana Amaral Dias acentuar o silencio de José Socrates sobre o BE e o PCP.

Que pode José Socrates fazer senão silenciar-se perante tamanho diletantismo sectário, tanto desejo de ver o PSD, de ver a Direita, ganhar as eleições, que quer Anacleto Louçã, quer dirigentes do PCP como Bernardino Soares reflectem?

Fá-lo para não criticar esta Esquerda dominada por gente inconsequente e que tudo faz, como a Direita, para negligenciar a fragilidade do “Barco Português”, nesta tempestade mundial que é esta crise que vivemos, porque, ao fazê-lo, se anula as virtualidades de uma governação que consegue pôr Portugal na linha da frente dos países que iniciam a saída da crise.

E não é por não haver economistas no BE e no PCP….

O PSD de Manuela Ferreira Leite não é bóia de salvação de ninguém. Pelo contrário é o adversário que o BE e o PCP parece não quererem que seja.

Mas é na verdade um adversário. Porque altamente socialmente conservador, reaccionariamente privatista, no plano da economia, para os lobbies do costume e não para a economia de mercado, note-se, e, politicamente, expressamente defensor da “ditadura de 6 meses”, tal qual Salazar o foi, antes de entender que dos seis meses mais valia passar para os 48 anos.

Não sou especialmente defensor da estatização por principio, nem vejo numa economia estatizada qualquer forma de socialismo, bem pelo contrário, ( o fim da URSS o mostrou), mas entendo que se for necessário, e o BPN mostra-o, que se nacionalize, como o PS fez.

Como José Socrates fez!

Mas que fizeram CDS, BE e PCP juntos? Transformaram o Banco de Portugal de fraco policia, que o foi, em perigoso bandido!

De Esquerda esta aliança na AR de Anacleto Louçã e Bernardino Soares, com um Melo/CDS histérico?

Oh Joana!

Da posição da comunicação social que mais dizer?...

Joffre Justino