13/08/2009

Roubo na Auto-estrada


Mário Russo

A crise está patente em todo o lugar e as pessoas estão a mudar comportamentos no seu dia-a-dia, designadamente a dar mais valor ao dinheiro que têm. Muitas estarão a fazer contas à moda antiga, que recomendava gastar sempre menos do que se ganhava. O tempo do regabofe terminou, penso eu.

Todos estão a adaptar-se a estes novos tempos, baixando preços para reflectir o verdadeiro valor das coisas ou a fazer promoções para ajustar o preço aos bolsos dos clientes. Mas tal não se passa pelas nossas auto-estradas que continuam olimpicamente a roubar os viajantes.

Há um mês atrás, por um refresco e um bolinho para cada um dos 4 membros de um grupo de viajantes, custou-nos 3200 escudos antigos. Qualquer coisa impensável nos tempos da outra moeda. Este é apenas um exemplo de entre vários, de há muito a esta parte e que me revolta cada vez que consumo o habitual em viagens.

Há muito que prometia escrever algo sobre este roubo, mas fui adiando por esquecimento. Porém, a crise que leva tantos a adaptar-se, porque não chega a estes monopolistas? Estava na hora de dizer algo.

De facto, almoçar numa das áreas de serviço é equivalente a uma refeição num restaurante de 5 estrelas de Paris. Um roubo de catedral, à vista de todos.

O combustível é muito mais caro que nas cidades, chegando a mais de 10 cêntimos, ou seja, 20 escudos. Depois de ter de se pagar portagem das mais caras do mundo, não há a menor dúvida que andar nas auto-estradas de Portugal merece alguns conselhos, já que a medíocre (cada vez pior) autoridade da concorrência que inventou os placares dos preços de combustíveis (imbecil forma de “incrementar” a uniformidade de preços). Se não fosse trágico, seria cómico.

Por isso recomendo um boicote nas Auto-estradas e já comecei este Verão na visita ao sul do país. Para além das portagens que obviamente tive de pagar, não deixei que me roubassem nada. Saí em Alcácer do Sal e almocei no Restaurante Néné, recomendado por vários roteiros. Uma surpresa, porque estava disponível para “assumir” a rebeldia e pagar por isso, mas foi uma verdadeira surpresa o preço barato (metade do que se paga na auto-estrada), e a qualidade fabulosa do que se come. Ficamos todos de boca aberta com a conta e a jurar repetir sempre.

O combustível mais barato abasteci também fora da auto-estrada, na passagem por Santarém aproveitando para esticar as pernas e tomar um café e beber água. Tudo mais barato. Se todos fizerem isto, e é fácil, os “ladrões” vão rever o seu modo de actuar nas auto-estradas portuguesas.

Boas férias a todos.

Mário Russo