07/06/2009

IDEOLOGIA DO SÉC. XXI


Joaquim Jorge

Em politica , actualmente , não há uma direita e esquerda marcante, pois tem havido uma convergência nas ideologias. É necessário uma política de reforma constante. A política é amar a liberdade das pessoas para que possam decidir a sua vida pessoal, os seus direitos civis e apostarem no seu trabalho. Não há dádivas, não acredito na subvenção para tudo e mais alguma coisa, mas sim na ajuda para competir. Acredito na solidariedade e na saúde pública. A diferença entre serviço público e serviço privado é mais de que uma questão de dialéctica . A questão é ser eficiente ou não. A ideologia do séc. XXI será o reformismo, preferir o pacto ao dogma, o acordo à divisão. A gestão pública terá que ser a de um bom Pai de família e eficiente como a privada. A mim não me preocupa que as pessoas com recursos vão a um hospital privado. Preocupa-me é cuidar de quem não tem possibilidades para ir a um hospital privado.
A política deve estar acima dos partidos. Isto pode não ser comprendido e prejudicial para os partido dependentes mas é uma arma arrojada e necessária. Estar no poder é poder fazer coisas, ter capacidade de influenciar, de actualizar. A política não pode estar dependente de ritmos e calendários eleitorais. Precisa de tempo para se reflectir. Os cidadãos têm todo o direito de dar a sua opinião. A internet deve ser um espaço de comunicação não de crispação. Um código de boas práticas é fundamental. Não se deve falar demais, não se deve falar se não se melhora o silêncio. Quando se fala muito contradiz-se. Deve-se ajudar os que se ajudam e empreendem, ser jacobino e defender a igualdade por cima de particularismos partidários e territoriais.
A acção politica não deve ter temor das mudanças da sociedade do séc. XXI. A nova sociedade já não é linear, lenta, certa e previsível, mas imprevisível, traiçoeira, chega aos saltos e com sobressaltos. O poder era sempre grande e fechado mas com a Internet, tornou-se pequeno e aberto. A sociedade do séc.XXI exige imaginação, eficiência mas o mais importante é ser diferente, possível e único. A inteligência, a ousadia, o risco e a diversidade são os factores que definem a nova sociedade.
Na política não se pode pedir nada que se perca mas não se pode pedir a um político que perca tão pouco.

CRÓNICA - mente pensante - na revista Plenitude distribuída com o jornal Público.