Mário Russo
A Autoeuropa representa para Portugal cerca de 3.5 % das exportações e contribui com 1.2% do PIB nacional. Para o grupo VW representa apenas 2% do negócio, ao passo que para os seus trabalhadores representa 100%.
A Autoeuropa perdeu a corrida à fabricação de um modelo para uma fábrica do grupo sediada em Bratislava, porque a Comissão de Trabalhadores foi inflexível nas negociações.
Ouvi mesmo alguns dirigentes dos trabalhadores dizerem que não entendiam as pressões da negociação para que houvesse flexibilização, porque não havia razão para isso. Disseram que era normal a administração “pintar” sempre um quadro negro para terem benefícios na negociação.
Eu concordo que por vezes há administrações que infundadamente baixam expectativas para ganhar margem (como os nossos governos actuam na negociação dos aumentos para a função pública em que a inflação estimada é sempre muito baixa).
Mas no presente caso só por miopia e má fé é que se pode argumentar que não há crise e que tudo corre sobre rodas. Que as vendas de viaturas é fantástica e que não há retracção do mercado.
Os trabalhadores (ou seus representantes) estão a hipotecar o seu futuro porque a ideia que os alemães os amam tanto que não se deslocalizam é uma idiotice e um erro estratégico de avaliação.
Gostaria de saber o que os responsáveis sindicalistas que estão a levar a luta para o abismo, dirão ao país se de facto a Autoeuropa se deslocalizar, pese embora as juras de “amor eterno e de permanência no nosso maravilhoso país”?
Esticam a corda numa época muito má, quando deviam esperar para esticar em outra ocasião. Quem é que vai arcar com dezenas de milhares de desempregados, num ápice?
Vão ser suportados pela intransigente Comissão de Trabalhadores?
Com efeito, a irresponsabilidade tem limites. O poder político deve poder actuar numa situação destas confrontando os líderes que levam o rebanho para a forca, com as suas responsabilidades pelas consequências da sua estratégia suicida e criminosa.
A culpa não pode morrer solteira. Os tempos não estão para queimadas, porque o incêndio pode ser incontrolável.
A Autoeuropa representa para Portugal cerca de 3.5 % das exportações e contribui com 1.2% do PIB nacional. Para o grupo VW representa apenas 2% do negócio, ao passo que para os seus trabalhadores representa 100%.
A Autoeuropa perdeu a corrida à fabricação de um modelo para uma fábrica do grupo sediada em Bratislava, porque a Comissão de Trabalhadores foi inflexível nas negociações.
Ouvi mesmo alguns dirigentes dos trabalhadores dizerem que não entendiam as pressões da negociação para que houvesse flexibilização, porque não havia razão para isso. Disseram que era normal a administração “pintar” sempre um quadro negro para terem benefícios na negociação.
Eu concordo que por vezes há administrações que infundadamente baixam expectativas para ganhar margem (como os nossos governos actuam na negociação dos aumentos para a função pública em que a inflação estimada é sempre muito baixa).
Mas no presente caso só por miopia e má fé é que se pode argumentar que não há crise e que tudo corre sobre rodas. Que as vendas de viaturas é fantástica e que não há retracção do mercado.
Os trabalhadores (ou seus representantes) estão a hipotecar o seu futuro porque a ideia que os alemães os amam tanto que não se deslocalizam é uma idiotice e um erro estratégico de avaliação.
Gostaria de saber o que os responsáveis sindicalistas que estão a levar a luta para o abismo, dirão ao país se de facto a Autoeuropa se deslocalizar, pese embora as juras de “amor eterno e de permanência no nosso maravilhoso país”?
Esticam a corda numa época muito má, quando deviam esperar para esticar em outra ocasião. Quem é que vai arcar com dezenas de milhares de desempregados, num ápice?
Vão ser suportados pela intransigente Comissão de Trabalhadores?
Com efeito, a irresponsabilidade tem limites. O poder político deve poder actuar numa situação destas confrontando os líderes que levam o rebanho para a forca, com as suas responsabilidades pelas consequências da sua estratégia suicida e criminosa.
A culpa não pode morrer solteira. Os tempos não estão para queimadas, porque o incêndio pode ser incontrolável.