Mário Russo
Não tenho nenhuma receita para se sair da crise, tal como ainda ninguém a revelou, mas tão-somente algumas ideias de senso comum, do homem da rua, que gostaria de partilhar e desabafar sobre algumas das medidas adoptadas.
Jogar dinheiro para a crise, como a oposição reivindica e o governo está a fazer, pode ser perverso, porque hipotecará o futuro das gerações inocentes. É preciso atacar os casos agudos que o justifiquem e serão muitos, mas só se sairá da crise com a economia a crescer. É pela via da economia que se sai da crise e não da esmola. A esmola é para o empobrecimento.
Para se crescer é preciso que haja consumo. Sim consumo, que como roda-viva vai em cascata vai deteriorando a economia, porque ao impedir o comerciante de vender o seu produto, este não encomenda ao industrial e assim por diante, minando a estrutura do tecido sócio-económico com despedimentos previsíveis. Ou alguém duvida que uma empresa que não tenha encomendas não pode garantir os empregos?
Ora aqui está um factor primordial: a manutenção dos empregos. Ora o que é preciso é que os empregos tenham qualidade e não precariedade. Por isso o enfoque do apoio deve ser real e não virtual (show-off), sobre as empresas para a manutenção do emprego e estimular que a população consuma, com responsabilidade é óbvio, mas que consuma, porque assim poderemos sair da crise fazendo a máquina carburar.
Porém, para que tal se concretize é preciso que as pessoas tenham confiança, que não é o caso. Como se pode ter confiança quando o comportamento dos políticos sugere o pior e quando verdadeiros gigantes soçobraram porque a ganância e a roubalheira de gestores de topo a isso levou, sem que as estruturas de governação nada fizessem?
Vai haver o emagrecimento das empresas, com menos empregados e menos produção de bens e vamos conseguir viver com isso, mesmo sofrendo. Aliás, está a acontecer o que já havia escrito há anos acerca da preservação do Ambiente: se por hipótese fosse decretado que no mundo todos teriam de fazer/consumir metade do que se faz, o mundo teria metade da poluição e seriam preservados metade dos recursos naturais.
Infelizmente é pela pior das razões que tal está a acontecer. Porque se rompeu a confiança entre o povo e as altas esferas, da política, da finança e da indústria. E, tal como uma ferida, só quando cicatrizar é que a confiança paulatinamente regressará. Não vamos, em minha opinião, sair tão rápido quanto gostaria de ver.
E em Portugal o cenário é muito pior, porque à crise internacional, numa economia tão aberta como a nossa, soma-se a crise estrutural do nosso país. E a culpa não é só deste PM e deste governo, maioritariamente de incompetentes bem-intencionados. Ninguém sai bem na fotografia. Todos temos de fazer um exame introspectivo e dar o seu contributo, assumindo a sua quota-parte da responsabilidade. Todos podemos fazer melhor. Chegou o momento de esquecer o mau exemplo que os políticos dão (agora mesmo não se entenderem na escolha de um nome consensual para a Provedoria) e fazermos a nossa parte: não atirar a toalha ao chão e ir à luta. Cada um de nós pode fazer alguma coisa que contribuirá para a saída da crise, estou certo. Nem que seja não interiorizar o estado depressivo e deprimente actual.
Não tenho nenhuma receita para se sair da crise, tal como ainda ninguém a revelou, mas tão-somente algumas ideias de senso comum, do homem da rua, que gostaria de partilhar e desabafar sobre algumas das medidas adoptadas.
Jogar dinheiro para a crise, como a oposição reivindica e o governo está a fazer, pode ser perverso, porque hipotecará o futuro das gerações inocentes. É preciso atacar os casos agudos que o justifiquem e serão muitos, mas só se sairá da crise com a economia a crescer. É pela via da economia que se sai da crise e não da esmola. A esmola é para o empobrecimento.
Para se crescer é preciso que haja consumo. Sim consumo, que como roda-viva vai em cascata vai deteriorando a economia, porque ao impedir o comerciante de vender o seu produto, este não encomenda ao industrial e assim por diante, minando a estrutura do tecido sócio-económico com despedimentos previsíveis. Ou alguém duvida que uma empresa que não tenha encomendas não pode garantir os empregos?
Ora aqui está um factor primordial: a manutenção dos empregos. Ora o que é preciso é que os empregos tenham qualidade e não precariedade. Por isso o enfoque do apoio deve ser real e não virtual (show-off), sobre as empresas para a manutenção do emprego e estimular que a população consuma, com responsabilidade é óbvio, mas que consuma, porque assim poderemos sair da crise fazendo a máquina carburar.
Porém, para que tal se concretize é preciso que as pessoas tenham confiança, que não é o caso. Como se pode ter confiança quando o comportamento dos políticos sugere o pior e quando verdadeiros gigantes soçobraram porque a ganância e a roubalheira de gestores de topo a isso levou, sem que as estruturas de governação nada fizessem?
Vai haver o emagrecimento das empresas, com menos empregados e menos produção de bens e vamos conseguir viver com isso, mesmo sofrendo. Aliás, está a acontecer o que já havia escrito há anos acerca da preservação do Ambiente: se por hipótese fosse decretado que no mundo todos teriam de fazer/consumir metade do que se faz, o mundo teria metade da poluição e seriam preservados metade dos recursos naturais.
Infelizmente é pela pior das razões que tal está a acontecer. Porque se rompeu a confiança entre o povo e as altas esferas, da política, da finança e da indústria. E, tal como uma ferida, só quando cicatrizar é que a confiança paulatinamente regressará. Não vamos, em minha opinião, sair tão rápido quanto gostaria de ver.
E em Portugal o cenário é muito pior, porque à crise internacional, numa economia tão aberta como a nossa, soma-se a crise estrutural do nosso país. E a culpa não é só deste PM e deste governo, maioritariamente de incompetentes bem-intencionados. Ninguém sai bem na fotografia. Todos temos de fazer um exame introspectivo e dar o seu contributo, assumindo a sua quota-parte da responsabilidade. Todos podemos fazer melhor. Chegou o momento de esquecer o mau exemplo que os políticos dão (agora mesmo não se entenderem na escolha de um nome consensual para a Provedoria) e fazermos a nossa parte: não atirar a toalha ao chão e ir à luta. Cada um de nós pode fazer alguma coisa que contribuirá para a saída da crise, estou certo. Nem que seja não interiorizar o estado depressivo e deprimente actual.