Joaquim Jorge
Ontem no debate parlamentar as medidas anunciadas por José Sócrates não são bem assim. A ideia com que se fica na altura do debate é que são boas medidas em defesa dos mais carenciados e desprotegidos . Porém, afinal têm nuances e questões pertinentes. É confuso ou querem confundir as pessoas.
A possibilidade de as famílias com crédito à habitação e com elementos desempregados poderem reduzir a prestação da casa em 50 por cento . Esta medida não implica perdão dos restantes 50 por cento da prestação mas o seu pagamento posterior , com uma taxa de juro bonificada , ou seja , inferior em 50 pontos base ou meio ponto percentual em relação à taxa Euribor em vigor na altura. No fundo é um adiamento desse pagamento para mais tarde . É alguma coisa mas muito pouco . Ninguém nos garante que daqui a ano e meio a situação dessas famílias esteja melhor. No fundo continua-se adiar o que está à vista de todos , as famílias estão super endividadas e não têm a que se agarrar só se for ao "ar" . Estamos a transferir o problema para outro dia , no fundo a dilatar e protelar uma situação que levará à bancarrota de muita gente e por este caminho de Portugal . De muitas famílias tenho pena mas de outras não tenho pena nenhuma endividaram-se até ao tutano e gastaram à grande sem olhar ao dia de amanhã. A mim ensinaram-me tens dez gastas nove. Mas os portugueses sempre foram grandiloquentes e os maiores . O pior é o resto...
