20/02/2009

Chamem a Polícia !



Há dias, passando na Rua do Almada, no Porto, fiquei surpreso ao ver uma cena digna de um país em guerra como, por exemplo, no Iraque ou no Afeganistão. Nas traseiras do Banco de Portugal, estavam 4 ( quatro ) viaturas da GNR, claro, estacionadas em transgressão ao Código da Estrada e ao Regulamento Municipal, em cima do passeio e 21 ( vinte e um ) agentes equipados e armados de metralhadora, como se estivessem numa acção bélica de alto risco, ao estilo de resposta a uma acção terrorista ou ao resgate de reféns. Tratava-se tão-somente duma transferência de dinheiro para o Banco Central.
A desproporção entre a acção e os meios ali utilizados era de tal ordem que os próprios militares estavam em amena cavaqueira uns com os outros…
A “ cena “ durou mais de hora e meia ( o tempo que demorou uma consulta num gabinete de advogados sito naquela rua ) e provavelmente terá demorado ainda mais. Não fiquei para ver.
Era interessante que se divulgasse a estatística de assaltos a qualquer banco na zona da “ city “, ou seja, das sedes dos bancos, na Av.ª dos Aliados e zonas circundantes; nem um sequer, talvez nos últimos setenta anos. Os assaltantes são atrevidos mas não a tanto, por razões óbvias.
Contudo, quantos assaltos foram feitos naquela hora e meia na zona do grande Porto? E se aqueles militares estivessem em patrulhamento nas ruas, nas bombas de gasolina, nas proximidades de ourivesarias e locais de maior risco?
Será que tudo isto visa o show-off apenas e tentar, de forma ridícula e desproporcionada, o “ músculo “ do Estado de Direito?
Tudo isto trouxe-me à memória um velho aforismo que afirma “ quanto mais pequeno é o reino maior é a etiqueta “…

Francisco Guerreiro