24/01/2009

Um futuro ideal , fruto da imaginação


O insofismável estado calamitoso do chamado Estado Moderno sente-se diariamente na pele, não na dos vendedores de banha de cobra, mas na dos Portugueses que trabalham arduamente para conseguir honrosamente seguir com a sua vida. Se recentemente Portugal esteve de tanga, hoje, já nem há tanga para contar a história. Já bateu no fundo!
Já me interroguei se este momento que atravessamos, esta situação em que vivemos neste princípio de século corresponde ao fim, à transformação, ou a um acidente de percurso do regime, e confesso-me numa encruzilhada. A minha intuição conduz-me ao desejo de um Estado mais personalista, mais democrata e mais legítimo, mais verdadeiro e transparente com os governados e constituintes.
Podemos falar de um futuro ideal, fruto da imaginação, mas não nos podemos esquecer das tendências pesadas da evolução passada lisando o comportamento institucional e as suas interacções. Na estruturação do futuro pela imaginação é necessário o reconhecimento de que o futuro não é nem pode ser uma simples continuação de uma organização societal nascida de um momento para o outro. Com certeza, iremos enxergar um percurso temporal no qual teremos várias decepções. Já vimos que as regras parecem não funcionar como dantes, e que a ruptura com o antigo estado de coisas impõe-se, no sentido de conferir a possibilidade de atingir o bem-estar económico e social no nosso País.
A construção de uma nova concepção estadual e económica, e a corporização das percepções e decisões necessárias, impõe-se àqueles que, de bem, podem conduzir o País à paz social, ao bem-estar e à Justiça para todos. Que o futuro se faça hoje.
Os governados e constituintes de um País que se quer democrático, devem exercer o seu juízo crítico porque esta liberdade está-lhes na sua própria condição humana, tal como a impossibilidade de acesso à certeza e perfeição. Temos de começar a pensar no dia antes do amanhecer, senão já será tarde demais. Garantir um bom governo, ou impedir um mau governo, deve ser a nossa preocupação.E das duas uma, ou o bom governo será o dos bons governantes quaisquer que sejam os seus limites, ou o bom governo será o governo limitado, quaisquer que sejam os seus governantes, como disse James Madison. Assim, cabe aos Portugueses o dever de tomar as medidas necessárias para termos um bom governo.


Ricardo Esteves