13/01/2009

O desnuviar dos encargos com o crédito habitação


António Costa

Finalmente já a partir deste mês os Portugueses com encargos habitação vão sentir um certo desagravamento na sua prestação mensal a pagar ao banco. Não muito significativo, diga-se de passagem, pois a verdadeira queda das prestações sentir-se-a apenas nas revisões feitas este mês com aplicação efectiva em Fevereiro, no entanto esta queda não deixa de ser uma excelente noticia para os Portugueses, ficando para trás a o pico da pressão orçamental que aconteceu em 2008. De acordo com as últimas estimativas para este ano, o encargo com o crédito deverá diminuir mais de 22% em 2009. Quem já tem um empréstimo verá os gastos diminuírem em mais de 22% no acumulado do ano, um valor altamente benéfico para quem ainda não sentiu os efeitos da crise, ficando assim com um poder de compra significativamente superior á inflação prevista para este ano. Pese embora por tardia a diminuição da taxa de Juro na zona Euro, o factor de desanuviamento do crédito habitação, vem de alguma forma dar margem de manobra orçamental, ás famílias portuguesas que vivem agoniadas com a crescente acção fiscal que têm sido vitimas ao longo dos últimos 4 anos. Felizmente para todos nós, o crédito inter-bancário continua a dar sinais de estabilidade e liquidez, provocando com isso uma queda a pique, que já vem acontecer á 61 sessões consecutivas das taxas euribor. Prevê-se, e eu estou realmente convencido, que teremos já esta quinta-feira ( 15 Janeiro ) um novo corte de 50 pontos da taxa directora para os 2%, mas como o Sr. Trichet é de luas, aguardemos por aquilo que eles nos tem para dizer. Uma coisa é certa, para quem tem crédito habitação o pior já passou, este ano é altura de sarar as feridas, limpar as armas e delinear uma nova estratégia para a poupança familiar. Agora, para quem quer contrair um novo empréstimo, a situação já é bem diferente, os bancos de matreiros já estão a subir consideravelmente os spreads, inflacionando deste modo as prestações finais. Ter um spread de 0.5% num novo contrato, já é uma miragem...



frequente no blogue