05/01/2009

ENTREVISTA


Joaquim Jorge organiza sétimo ciclo de debates do Clube dos Pensadores

'Já cumpri o meu dever'

A presença de Alberto João Jardim no Clube dos Pensadores já obrigou Joaquim Jorge a alugar outra sala com maiores dimensões.

Primeiro de Janeiro (PJ): Vai iniciar-se o 7.º ciclo de debates do Clube dos Pensadores. Como vai decorrer?
Joaquim Jorge (JJ): Inicia-se com a presença de Alberto João Jardim que vai quebrar o silêncio sobre temáticas nacionais. A sua presença é de uma importância extraordinária, desloca-se propositadamente da Madeira para estar presente no clube, a sua forma de exercer a política coaduna-se com o Clube dos Pensadores: é politicamente incorrecto e diz o que pensa, pela sua cabeça sem jogos ou tácticas de bastidores.

PJ – E a seguir?
JJ – Será um momento marcante com a apresentação do livro «clube dos pensadores» da minha autoria com prefácio de Pedro Santana Lopes e posfácio de Manuel Maria Carrilho. Pedro Santana Lopes acedeu estar presente.

PJ – A vinda de Alberto João Jardim está a despertar muito interesse?
JJ – O interesse é tanto que terei que alugar outra sala com maiores dimensões. Já há gente a marcar, apesar da entrada ser livre. Falará da «Refundação da República». É preciso dar a volta a este país e torná-lo viável. Será no dia 23 de Janeiro, numa sexta-feira.

PJ – E o futuro?
JJ – Este ciclo de debates será o último com este formato e neste cariz. Já cumpri com o meu dever de cidadania, poderei no futuro fazer mais debates mas não a este ritmo nem com esta cadência. Exige um grande esforço, disponibilidade, atitude e estar sempre a provar.

PJ – Então não vai fazer mais nada?
JJ – Vou parar para reflectir e reunir com os membros do clube. O clube não se esgota em debates. Durante e após as eleições de 2009 o clube não deixará de intervir sempre que achar oportuno das mais variadas formas: blogue; artigos de opinião; programa de rádio; recomendações…

PJ – Em 2009 pensa concorrer a alguma coisa?
JJ: O Clube dos Pensadores, tendo em conta que no ano 2009 se realizarão eleições autárquicas, não enjeita a possibilidade de alguns dos seus membros concorrerem às eleições, apoiar candidaturas independentes ou inseridas num projecto que se coadune com os seus princípios.

PJ: E a nível pessoal, o que vai fazer?
JJ: As eleições autárquicas consagram candidaturas independentes. Vamos ver, Ainda falta algum tempo. As eleições Europeias e Legislativas não consagram a possibilidade de candidaturas independentes, todavia não deixarei de ter opinião e sugerir, a democracia não se esgota na representatividade. Estou a desenhar um esboço de um programa de acção.

Joaquim Jorge. Novo ciclo de debates arranca este mês

Luís Rocha Graça

2ªparte -------------------------------------------------------------------------------------
Nega convite de Narciso para Matosinhos

É preciso um banco de cérebros com ideias

PJ: Consta-se que vai fazer parte da equipa de Narciso Miranda?

JJ: As eleições ainda estão longe. Matosinhos precisa de um programa de acção e medidas exequíveis e não de preenchimento de lugares. Contudo, Narciso Miranda convidou-me para fazer parte da fundação do seu movimento, mas tive que declinar tal convite que muito me honrou por estar neste projecto «Clube dos Pensadores». Se porventura, um dia, me for feito um convite, reunirei com os membros fundadores e co-fundadores e tomarei uma decisão. As premissas são as que tenham um projecto inovador e abrangente que se coadune com a minha forma de fazer e estar na política. Prefiro ser livre do que sujeito.


PJ: Foi convidado por Narciso Miranda para algum cargo?

JJ: Não. Mas estou disponível para dar ideias e colaborar naquilo que acho que posso ser útil, não só com Narciso Miranda mas com outras pessoas. A política não é sinónimo de lugares. Tenho tido esta actividade há mais de três anos sem projectar o que quer que seja com custos pessoais e sem benefícios monetários, antes pelo contrário. E não tenho jeito para me pôr em bicos de pé ou agachar. Em Matosinhos deve-se falar do futuro e não do passado, para isso é preciso um banco de cérebros com ideias.

PJ: Quer explicitar melhor?

JJ: Eu não vivo obcecado por Matosinhos. Eu compreendo que o poder seja afrodisíaco. Mas para mim o dinheiro não é a medida de todas as coisas e dou relativa importância a quem exerce um cargo e esteja no poder. Um cargo não é o mesmo que ser importante e capacidade. Para mim, é importante, a forma como se ascende ao poder e em que circunstâncias.


Matosinhos. Joaquim Jorge quer falar no futuro
DR