2008 foi o ano dos congressos dos Partidos em Portugal.
No geral, perderam o espaço de confronto saudável de ideias, transformando-se em meros comícios, sem debate de pontos de vista ou substanciais propostas. Programados para que as intervenções, proferidas às horas dos telejornais e cuidadosamente elaboradas para um público exterior aos Congressos, exibam força ideológica e uma união de militantes à volta do líder, emitindo deste modo as mensagens para as batalhas eleitorais que se aproximam.
A seguir virão as campanhas em que cada um procura mostrar que vale mais sozinho que (mal) acompanhado. O PS quererá mostrar que pode e deseja a maioria absoluta, que sem ela não é possível um governo estável “essencial” para uma época de crise. Uma ou outra figura pública tentará fazer o providencial discurso da alternativa ou, antes, da alternância. No geral todos escolherão como objectivo retirar a maioria absoluta ao PS.
As maiorias absolutas são sempre perversas, estimulam o autoritarismo e o autismo, é a opinião puramente pessoal imposta como Lei pelo poder oferecido pela democracia formal.
Até às eleições, cada um vai afirmar-se por si. Para o comum eleitor ficará a ideia que não se entendem e nunca se entenderão. Essa dinâmica também tem o seu quê de perverso, estimula o “voto útil”, generaliza a ideia de que mal por mal, ficamos assim…
Interessa pensar no dia seguinte.
A situação actual favorece o governo, alicerça a ideia que a culpa não é da política do governo, o mal é geral, internacional, é a crise mundial. Algumas medidas que teriam a leitura de medidas eleitoralistas no último ano da legislatura, passam a ser lidas como medidas sociais e corajosas de um governo preocupado com os males do seu povo e se não faz mais é porque não pode.
Um expressivo número de cidadãos não se reconhece na actual oferta partidária, mas poderá não encontrar facilmente respostas para as suas angústias.
O PP ou CDS/PP com Paulo Portas sabe a comida requentada. E comida requentada há pouca que saiba bem, só se não houver outra hipótese. Dizem que as rabanadas são melhores no dia a seguir ao Natal, ou que a feijoada fica mais apurada no dia seguinte e o que é o melhor é a “roupa velha”. São excepções, mas o CDS de Paulo Portas, sem ideias e propostas inovadoras, não chega aos calcanhares das rabanadas do dia seguinte, está a léguas da feijoada aquecida e já o “farrapo velho” é uma arte da gastronomia de reciclagem dos restos do bacalhau do dia anterior.
O CDS com Paulo Portas está esfrangalhado e não passará de um partido-táxi, com uma votação residual, condenado a ser o 5º partido com assento no parlamento. Não conseguirá colher muitos votos da área do PSD e como muleta governamental também já cheira a mofo. É claro que Portas depois de se ter especializado em negócios de submarinos, acalenta o sonho de ser pelo menos eespecialista em negócios de superfície…
O PSD vive um dilema ou “trilema” para o qual não tem saída.
1 - Não consegue apresentar medidas alternativas porque a maior parte delas foram a política deste governo PS. Fica a balançar no meio da “sabedoria” popular, entre “o silêncio é a alma do negócio” e o “quem não aparece, esquece”. Situação difícil, de facto.
2 – Com Manuela Ferreira Leite ( MFL )falta-lhe a alma, a chama para uma campanha eleitoral, não anima as hostes, assusta o eleitorado, só serve para obrigar as criancinhas a comerem a sopa mesmo que azeda.
3 – Com este líder não vai lá, já mudou muitas vezes de líder, e já é tarde para mudar outra vez de líder. Depois das eleições MFL demite-se, se aguentar até lá, e logo se vê o que vem a seguir…
(continua)
No geral, perderam o espaço de confronto saudável de ideias, transformando-se em meros comícios, sem debate de pontos de vista ou substanciais propostas. Programados para que as intervenções, proferidas às horas dos telejornais e cuidadosamente elaboradas para um público exterior aos Congressos, exibam força ideológica e uma união de militantes à volta do líder, emitindo deste modo as mensagens para as batalhas eleitorais que se aproximam.
A seguir virão as campanhas em que cada um procura mostrar que vale mais sozinho que (mal) acompanhado. O PS quererá mostrar que pode e deseja a maioria absoluta, que sem ela não é possível um governo estável “essencial” para uma época de crise. Uma ou outra figura pública tentará fazer o providencial discurso da alternativa ou, antes, da alternância. No geral todos escolherão como objectivo retirar a maioria absoluta ao PS.
As maiorias absolutas são sempre perversas, estimulam o autoritarismo e o autismo, é a opinião puramente pessoal imposta como Lei pelo poder oferecido pela democracia formal.
Até às eleições, cada um vai afirmar-se por si. Para o comum eleitor ficará a ideia que não se entendem e nunca se entenderão. Essa dinâmica também tem o seu quê de perverso, estimula o “voto útil”, generaliza a ideia de que mal por mal, ficamos assim…
Interessa pensar no dia seguinte.
A situação actual favorece o governo, alicerça a ideia que a culpa não é da política do governo, o mal é geral, internacional, é a crise mundial. Algumas medidas que teriam a leitura de medidas eleitoralistas no último ano da legislatura, passam a ser lidas como medidas sociais e corajosas de um governo preocupado com os males do seu povo e se não faz mais é porque não pode.
Um expressivo número de cidadãos não se reconhece na actual oferta partidária, mas poderá não encontrar facilmente respostas para as suas angústias.
O PP ou CDS/PP com Paulo Portas sabe a comida requentada. E comida requentada há pouca que saiba bem, só se não houver outra hipótese. Dizem que as rabanadas são melhores no dia a seguir ao Natal, ou que a feijoada fica mais apurada no dia seguinte e o que é o melhor é a “roupa velha”. São excepções, mas o CDS de Paulo Portas, sem ideias e propostas inovadoras, não chega aos calcanhares das rabanadas do dia seguinte, está a léguas da feijoada aquecida e já o “farrapo velho” é uma arte da gastronomia de reciclagem dos restos do bacalhau do dia anterior.
O CDS com Paulo Portas está esfrangalhado e não passará de um partido-táxi, com uma votação residual, condenado a ser o 5º partido com assento no parlamento. Não conseguirá colher muitos votos da área do PSD e como muleta governamental também já cheira a mofo. É claro que Portas depois de se ter especializado em negócios de submarinos, acalenta o sonho de ser pelo menos eespecialista em negócios de superfície…
O PSD vive um dilema ou “trilema” para o qual não tem saída.
1 - Não consegue apresentar medidas alternativas porque a maior parte delas foram a política deste governo PS. Fica a balançar no meio da “sabedoria” popular, entre “o silêncio é a alma do negócio” e o “quem não aparece, esquece”. Situação difícil, de facto.
2 – Com Manuela Ferreira Leite ( MFL )falta-lhe a alma, a chama para uma campanha eleitoral, não anima as hostes, assusta o eleitorado, só serve para obrigar as criancinhas a comerem a sopa mesmo que azeda.
3 – Com este líder não vai lá, já mudou muitas vezes de líder, e já é tarde para mudar outra vez de líder. Depois das eleições MFL demite-se, se aguentar até lá, e logo se vê o que vem a seguir…
(continua)
Jorge Carvalho