Joaquim Jorge
José Sócrates é um homem que não gosta de imprevistos , todavia esta crise de dimensão excessiva , histórica , global , de uma intensidade brutal ,não estava nos seus planos . As eleições em Março de 2009 quando termina o seu mandato de quatro anos , ser-lhe-iam favoráveis todavia a lei prolongou-lhe o mandato por mais seis meses. As sondagens continuam a ser-lhe favoráveis . Perante as duras criticas à esquerda , dentro do seu próprio partido ( Manuel Alegre ) e à direita , é ele quem tem tranquilizado os seus seguidores e o próprio PS. Parece convencido de que o poder que dispõe ( maioria absoluta ) , sobretudo o tempo acabará com todas as críticas , veja-se o diferendo com os professores. Sabe que só depende de si próprio e que os outros ( PSD , Alegre , BE , PCP , professores , etc. ) não podem fazer nada contra ele. O ritmo stop and go e a sua forma críptica de transmitir que linha política segue desconcerta os seus opositores. José Sócrates transmite a ideia « eu sei o que estou a fazer» , segue a passo impassível e sem concessões. Vem aí tempos complicadíssimos : os consumidores não consomem ; os empresários não contratam ; os bancos não emprestam ; mais desemprego ; etc. . Ninguém confia em ninguém e os seus opositores devem estar conscientes que as suas oportunidades estão-se a esgotar.