José Maglhães
Com a aproximação do Natal e do fim de ano, e como seria de se esperar, tudo começou a acalmar.
O menino Jesus chegou uns dias mais cedo e começou a dar umas prendinhas à moda antiga, ou seja, poucas, que a vida não está para brincadeiras, e sem permitir a intromissão do senhor de vermelho e barbas brancas, que bem lá no fundo é um mãos largas.
Assim, (Ele, Ele mesmo sem tirar nem pôr) ofereceu à grande maioria dos portugueses a possibilidade de esquecer o linguajar do sr Nogueira, e o podermos verificar que os professores se acalmaram durante as férias como é de seu legítimo direito.
Ofereceu aos alfacinhas o retornado e reaparecido Santana, com o apoio da presidente do PSD e de alguns dirigentes do partido (que não todos, longe disso), para que possam verificar que não há duas sem três.
Entendeu dar aos portistas a alegria de vencerem o grupo e continuarem a sonhar com o taça dos campeões, com a taça de Portugal e com o campeonato.
Aos benfiquistas castigou-os, não lhe dando os oito golitos nem o empate dos outros, de que tanto pareciam necessitados para que o Flores podesse medrar, mas deu-lhes um tento na própria baliza.
Mostrou a todo o mundo que não se pode querer tudo, o mundo e ainda mais, como fez o sr Madoff, ou como o fizeram em escala pequenina, mas enorme aos nossos olhos, os nossos administradores do BPP, do BCP, do BPN e outros, pois que a justiça divina pode tardar mas não falha.
Resolveu dar um castigosito ao sr Presidente da República, por causa de ter andado durante muito tempo a apaparicar o governo, e fez com que o PCP votasse favoravelmente os estatutos dos Açores, e mesmo que não tivesse feito qualquer diferença, que o PSD se tivesse abstido (o que para muita gente se não entende muito bem, uma vez que havia muitos deputados adeptos do voto contra).
Ajudou-nos a todos com a descida ininterrupta do preço do petróleo, muito embora a descida dos preços no consumidor final, das gasolinas e do gasóleo, não tenha acompanhado como deve ser essa descida.
E lá nos foi dizendo com palavras mansas de compaixão, que deveremos aproveitar ao máximo estes dias de bonança, que podemos estar descansados que nada vai mudar, que este ano foi muito mau, mas que o próximo, que já está a muitos poucos dias de chegar, ainda vai ser pior, e esta acalmia não é mais que uma prendinha de Natal do Menino Jesus antes da chegada da tempestade.
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