Isabel do Carmo
Às vezes contam-nos coisas que achamos insólitas, porque até parece que nos estão a contar anedotas… mas não! Posso dizer que se passou comigo, aqui vivinha, que nem vão acreditar…
A 25 de Julho de 2008, finalizei um ciclo de aplicações de radioterapia no Cérebro. Após a sessão seguiu-se uma consulta onde foi marcada uma consulta para apreciação de exames a fazer. Consulta essa marcada para 30 de Outubro às 14H00. Até aqui tudo bem, e sem quaisquer contestações. Uma semana antes da data prevista para a referida consulta, para lembrar a mesma, foi-me enviado um SMS, ao qual bastaria responder sim ou não. Perfeito! Respondi sim, até que já haviam sido feitos todos os exames prescritos e cujos resultados seriam apreciados na dita consulta e numa outra posterior, a realizar em outro centro hospitalar.
Dois dias antes da famigerada consulta, voltei a receber um novo SMS, com a mesma lenga-lenga. Liguei para o número opcional, pois poderia ter acontecido não terem recebido o “sim” anterior. Depois de dar a volta pelos números todos, que respeitam a diversos departamentos e consultas, lá cheguei a um que ao cabo de uns minutos me permitiu falar com um senhor, muito simpático, que me explicou que as mensagens apenas serviam para avivar a memória dos pacientes. Não necessitava mais nada.
Agora começa a odisseia…
No impresso de marcação da referida consulta, pede para que estejamos meia hora antes da hora da marcação.
A chuva, o vento e um friozinho pouco agradável, fizeram-me chegar apenas cinco minutos antes da hora marcada; apresentei ao balcão o impresso da marcação e mandaram-me sentar, pois chamar-me-iam logo que fosse para a consulta.
A minha rejeição àquele local é superior à minha vontade. Dentro de mim desfaço-me em lágrimas e sinto um terror incomensurável no caso de ter de voltar a transpor aquela porta vermelha…
Uma hora depois, portanto 15H00 chamaram-me ao balcão para reconfirmar a minha presença. Voltaram a mandar-me sentar. Chamar-me-iam quando fosse para ir para a consulta…
Às 15H35 voltaram a chamar-me. Não para a consulta. A explicação é que havia um lapso com o nome do médico a atender-me. Iam à procura de uma médica que estaria a almoçar, por isso, que voltasse a esperar…
Dezasseis e cinco minutos! Dirijo-me ao balcão e pergunto se a médica ainda estaria a almoçar… Nada disso! Não se sabia. Um outro médico que procede ao acompanhamento dos doentes em sessões de radioterapia ver-me-ia, pois que eu já estava à espera havia muito tempo…
Um amor de senhor, sem dúvida, que pediu vezes sem fim desculpa. Mas a verdade é que ele não tem culpa nenhuma.
A explicação que me deu este médico e muito bem dada é resultante do programa informático que os médicos têm de accionar para marcar a próxima consulta. Claro que aceita a data! Mas o problema é outro. Na data que o programa assume, nem está esse médico nem essas consultas são nesse horário… Vá-se lá entender que programas informáticos são estes…
E com uma angústia sem medida, com uma dor que nem sabia de onde provinha, vim embora, com a única consolação… cognitivamente não fora afectada…
frequente no blogue , professora e poetisa
Às vezes contam-nos coisas que achamos insólitas, porque até parece que nos estão a contar anedotas… mas não! Posso dizer que se passou comigo, aqui vivinha, que nem vão acreditar…
A 25 de Julho de 2008, finalizei um ciclo de aplicações de radioterapia no Cérebro. Após a sessão seguiu-se uma consulta onde foi marcada uma consulta para apreciação de exames a fazer. Consulta essa marcada para 30 de Outubro às 14H00. Até aqui tudo bem, e sem quaisquer contestações. Uma semana antes da data prevista para a referida consulta, para lembrar a mesma, foi-me enviado um SMS, ao qual bastaria responder sim ou não. Perfeito! Respondi sim, até que já haviam sido feitos todos os exames prescritos e cujos resultados seriam apreciados na dita consulta e numa outra posterior, a realizar em outro centro hospitalar.
Dois dias antes da famigerada consulta, voltei a receber um novo SMS, com a mesma lenga-lenga. Liguei para o número opcional, pois poderia ter acontecido não terem recebido o “sim” anterior. Depois de dar a volta pelos números todos, que respeitam a diversos departamentos e consultas, lá cheguei a um que ao cabo de uns minutos me permitiu falar com um senhor, muito simpático, que me explicou que as mensagens apenas serviam para avivar a memória dos pacientes. Não necessitava mais nada.
Agora começa a odisseia…
No impresso de marcação da referida consulta, pede para que estejamos meia hora antes da hora da marcação.
A chuva, o vento e um friozinho pouco agradável, fizeram-me chegar apenas cinco minutos antes da hora marcada; apresentei ao balcão o impresso da marcação e mandaram-me sentar, pois chamar-me-iam logo que fosse para a consulta.
A minha rejeição àquele local é superior à minha vontade. Dentro de mim desfaço-me em lágrimas e sinto um terror incomensurável no caso de ter de voltar a transpor aquela porta vermelha…
Uma hora depois, portanto 15H00 chamaram-me ao balcão para reconfirmar a minha presença. Voltaram a mandar-me sentar. Chamar-me-iam quando fosse para ir para a consulta…
Às 15H35 voltaram a chamar-me. Não para a consulta. A explicação é que havia um lapso com o nome do médico a atender-me. Iam à procura de uma médica que estaria a almoçar, por isso, que voltasse a esperar…
Dezasseis e cinco minutos! Dirijo-me ao balcão e pergunto se a médica ainda estaria a almoçar… Nada disso! Não se sabia. Um outro médico que procede ao acompanhamento dos doentes em sessões de radioterapia ver-me-ia, pois que eu já estava à espera havia muito tempo…
Um amor de senhor, sem dúvida, que pediu vezes sem fim desculpa. Mas a verdade é que ele não tem culpa nenhuma.
A explicação que me deu este médico e muito bem dada é resultante do programa informático que os médicos têm de accionar para marcar a próxima consulta. Claro que aceita a data! Mas o problema é outro. Na data que o programa assume, nem está esse médico nem essas consultas são nesse horário… Vá-se lá entender que programas informáticos são estes…
E com uma angústia sem medida, com uma dor que nem sabia de onde provinha, vim embora, com a única consolação… cognitivamente não fora afectada…
frequente no blogue , professora e poetisa