06/11/2008

BPN : a vergonha ainda não veio à tona


Mário Russo



O desfecho do caso BPN ainda não está claro. Sabe-se agora que Victor Constâncio foi avisado pelo Banco Central de Cabo Verde há mais de três anos sobre as estranhas actividades deste grupo. Nada fez.

A Caixa Geral de Depósitos constituiu um depósito de 200 milhões e a Segurança Social um de 500 milhões. Tudo dinheiro do Estado, logo, dos contribuintes. Sim, não é eufemismo, apesar de parecer, ou de darmos pouco valor a isto (de ser dos contribuintes). É prudente?

Porque é que o BdP não actuou a tempo e horas? Porque é que a CGD e a Segurança Social injectaram milhões numa instituição que há 3 anos já mostrava uma certa nebulosidade?
Quem decidiu e porquê?

Será porque o BPN nasceu com um ex-governante da área das finanças e era administrado por vários ex- governantes (ministros e secretários de Estado) e teve resposta à tal teia de interesses?

Até é legítimo perguntar se esses políticos foram para o governo para preparar terreno para fundar o banco e verdadeiramente se governar à tripa-forra!

Será que, mais uma vez mais a culpa vai morrer solteira?