Joaquim Jorge
Não há nada mais difícil do que a simplicidade . Só é possível com grande esforço , experimentação até à saciedade para captar a essência do problema . A simplicidade só se consegue se dominas muito bem o que tens entre mãos . Não me parece , que tal se verifique , com este ministério da educação. Os sindicatos recusaram a simplificação e exigem a suspensão. Esta disputa e o romper deste espiral de discussão, que se tornou um braço-de-ferro , só acalmará quando se esquecer o ponto de vista próprio ( ministra e governo ) e tenta-se compreender o prisma do outro ( professores e sindicatos).
Chame-se o que que se quiser "suspensão" , "recuo" , "modificação" , "simplificação". Todo este clima e crise na educação pode ser uma oportunidade de reinventar e fixar novos objectivos . Nunca é tarde para fazer as coisas bem feitas. Não se esqueçam que protestar também cansa , esta semana foi todos os dias e com um frio de rachar . Ninguém berra por berrar ! Não há fumo sem fogo. Os professores devem ser ouvidos : os sindicatos e associações independentes . Os presidentes dos Conselhos Executivos são eleitos pelos professores , mas depois em vez de os representarem são uma correia de transmissão do poder ( deslumbram-se com o cargo ). Ver o que sugerem para melhorar a sua qualidade de ensino , desenhar uma avaliação de baixo para cima , dando o poder de decisão aos professores. Ver o que é prioritário , e o que faz falta incluir . Envolver as pessoas em tudo que diz respeito à Escola : docentes ; discentes ; pessoal auxiliar ; instalações ; horários ; reuniões ; serviços de apoio ; espaços lúdicos ; etc. Retirar o excesso de intervenção dos pais.
Em política é importante agilidade , inovação , rapidez e produtividade mas também , experiência , reflexão , paciência e profundidade . Esta coexistência é fundamental.