Daniel Braga
Professor: o espaço que medeia a paixão do desalento...
Cinco de Outubro, uma data duplamente festiva....a implantação da República em 1910 e comemoração anual do Dia Mundial do Professor. Dois momentos que deveriam ser profusamente e festivamente comemorados...
No entanto, no que à classe docente respeita é evidente que a segunda data aqui relembrada traz uma menor capacidade de festejar com alegria e a contento este dia. Quando o que passa para o exterior e o que cada um sente é a sensação da degradação da imagem do professor junto da sociedade, com o desaparecimento daquilo que eram os alicerces fundamentais do exercício da docência, o respeito e a consideração social associados ao seu trabalho, leva a que toda uma classe mergulhe cada vez mais no desalento e essa mesma desilusão se sobreponha à paixão de ensinar e se traduza numa maior frequência do que usualmente se designa pelo “síndrome de Burnout”.
Confrontados com a necessidade imperiosa de assegurar aprendizagens numa lógica de “massificação” do ensino , de gerir ambientes / conflitos em contexto individual e social diverso, com alunos motivados e não motivados para as aprendizagens e para o estudo, acrescidas de tarefas administrativas em número cada vez maior e com a obrigatoriedade de práticas e actividades pluridisciplinares e extracurriculares, os professores questionam-se sobre a sua própria identidade profissional, pondo em causa, em muitos casos tal alargamento no leque das suas responsabilidades actuais. Já não falando no actual modelo de avaliação implementado pela tutela, modelo esse considerado demasiado complexo, desajustado à realidade docente e burocratizante. E não esquecer que tendo em conta todas estas novas competências e exigências, o professor ainda terá que arranjar tempo para o preparo de aulas, feitura de testes, correcção dos mesmos, elaboração de actividades de reforço e complemento, fichas de trabalho, etc. O dia apenas é composto de 24 horas.... das quais algumas se pressupõe que sejam de descanso e repouso! Será que nos sobra tempo?
Pois é.... passou mais um dia que deveria encher de orgulho toda uma plêiade de profissionais abnegados , competentes e dotados de algo que vai desaparecendo nos dias de hoje: a sua paixão por ensinar. Mas não, passámos por esse dia perfeitamente anónimos, desalentados, tristes e desanimados pela desconsideração que se propaga....
Cinco de Outubro, uma data duplamente festiva....a implantação da República em 1910 e comemoração anual do Dia Mundial do Professor. Dois momentos que deveriam ser profusamente e festivamente comemorados...
No entanto, no que à classe docente respeita é evidente que a segunda data aqui relembrada traz uma menor capacidade de festejar com alegria e a contento este dia. Quando o que passa para o exterior e o que cada um sente é a sensação da degradação da imagem do professor junto da sociedade, com o desaparecimento daquilo que eram os alicerces fundamentais do exercício da docência, o respeito e a consideração social associados ao seu trabalho, leva a que toda uma classe mergulhe cada vez mais no desalento e essa mesma desilusão se sobreponha à paixão de ensinar e se traduza numa maior frequência do que usualmente se designa pelo “síndrome de Burnout”.
Confrontados com a necessidade imperiosa de assegurar aprendizagens numa lógica de “massificação” do ensino , de gerir ambientes / conflitos em contexto individual e social diverso, com alunos motivados e não motivados para as aprendizagens e para o estudo, acrescidas de tarefas administrativas em número cada vez maior e com a obrigatoriedade de práticas e actividades pluridisciplinares e extracurriculares, os professores questionam-se sobre a sua própria identidade profissional, pondo em causa, em muitos casos tal alargamento no leque das suas responsabilidades actuais. Já não falando no actual modelo de avaliação implementado pela tutela, modelo esse considerado demasiado complexo, desajustado à realidade docente e burocratizante. E não esquecer que tendo em conta todas estas novas competências e exigências, o professor ainda terá que arranjar tempo para o preparo de aulas, feitura de testes, correcção dos mesmos, elaboração de actividades de reforço e complemento, fichas de trabalho, etc. O dia apenas é composto de 24 horas.... das quais algumas se pressupõe que sejam de descanso e repouso! Será que nos sobra tempo?
Pois é.... passou mais um dia que deveria encher de orgulho toda uma plêiade de profissionais abnegados , competentes e dotados de algo que vai desaparecendo nos dias de hoje: a sua paixão por ensinar. Mas não, passámos por esse dia perfeitamente anónimos, desalentados, tristes e desanimados pela desconsideração que se propaga....
Professor de matemática e mestre em educação