13/09/2008

Voto dos emigrantes


Mário Russo


Toda a gente sabe que os emigrantes portugueses têm uma fraca afluência às eleições. Primeiro porque os consulados estão a fechar quase todos, depois porque há pouca informação e baixa participação cívica. Por outro lado, os políticos portugueses estão se marimbando para os emigrantes. A única coisa que lhes interessa é que enviem muitas remessas para os cofres nacionais.

Apesar destas vicissitudes, deve respeitar-se os emigrantes (mais de 6 milhões em todo o mundo) facilitando ao máximo a sua ligação à pátria. Na era da globalização e das comunicações mais avançadas, a votação dos emigrantes deveria ser feita pela internet, por correspondência e presencial, nos consulados e, onde não houvesse, nos clubes portugueses espalhados por esse mundo fora. Isto é que seria integrar os emigrantes ao seu país de nascimento ou adopção (filhos dos emigrantes que se sentem portugueses).

Mas não, este governo e esta maioria ditatorial, quer restringir ainda mais a presença dos emigrantes, já de si fraca, ao exigir que se desloquem aos consulados para votar. Alguns terão de fazer centenas de km para votar. Um absurdo sem explicação e, pior, sem razoabilidade.

Eu já fui emigrante e sei do que falo. Lamento mais este gesto obsceno deste PS que não respeita nada, a não ser a sua soberba.

Se o povo português não apear este governo autista e inculto, corre o risco de viver num ghetto amordaçado em que pagará para respirar.

permanente no blogue , engenheiro e professor universitário