Mário Russo
A polícia anunciou ter descoberto um grupo de meliantes brasileiros a sul de Lisboa intitulado Primeiro Comando de Portugal, que tem como exemplo uma facção perigosa de criminosos do Brasil “Primeiro Comando da Capital” (PCC).
Certamente que a polícia portuguesa está em sintonia com a brasileira, que tem toda esta gente devidamente cadastrada. Por isso, pergunta-se porque é que conseguiram entrar em espaço europeu sem serem incomodados? Ou será que a polícia de fronteira só incomoda os “desgraçados” que vêm à procura de um trabalho digno? Pessoas sem cadastro no seu país.
De facto, não consta que trabalhadores honestos dum país, só pelo facto de emigrarem se tornam bandidos. Este grupo de meliantes tem cadastro no Brasil e são perigosos. A resposta do senhor todo-poderoso da Segurança cá do “burgo” disse que eram jovens que desejam protagonismo e notícia e não é preciso alarmar as populações. Que a polícia estava a acompanhá-los. Mas acompanhá-los aonde? Aos assaltos e à onda de violência que se tem alastrado por todo o lado?
Outro aspecto que me choca é constatar que a polícia prende suspeitos perigosos e os juízes mandam-nos em liberdade, sob a intervenção de advogados ou advogadas. Todos merecem uma defesa, mas é estranho que são os mesmos advogados e advogadas a aparecer a defender a legião de acusados nos últimos tempos.
Com efeito, aqui na região norte uma advogada aparece sempre a defender acusados de assaltos, de narcotráfico, de crimes violentos e mesmo de assassinatos, o que é estranho. Tal como no Brasil, em que advogados foram apanhados a colaborar activamente com gangues, enriquecendo com o crime organizado, também em Portugal poderá estar a acontecer o mesmo. Ignorar pode ser um erro crasso.
Será que não deveriam ser devidamente vigiados(as) para saber qual a sua verdadeira influência nas gangues, como se verificou no Brasil, Colômbia, EUA? É o lado “legal” a apoiar a alta criminalidade e até a ajudar a organizar-se contra o Estado, que poderá estar em causa. Não é impunemente que aumentou exponencialmente a violência em Portugal. Sempre que a polícia apanha criminosos ou suspeitos perigosos, aparece a mesma advogada a defender os “coitadinhos” injustiçados e pouco depois são soltos. Já perceberam que têm o caminho livre para a sua actividade.
Que sensação de maior insegurança poderíamos desejar?
Como é que se resolvia a defesa deste tipo de arguidos? Através de defensores públicos seniores, sorteados pelo Ministério Público, evitando a promiscuidade entre advogados e bandidos e, quiçá, o enriquecimento ilícito desses defensores contratados, ou mesmo já pertencentes às gangues. Isto não acontece só nos filmes.
Os portugueses precisam de ter confiança no seu sistema de segurança e de justiça e. Para tanto é necessária sintonia entre eles. Quem arrisca a vida é a polícia, não pode ser o sistema judicial a facilitar a vida aos criminosos, sob pena de se ver envolvido na suspeita de colaboração com a alta criminalidade.